Brasília, 17/1 – A retomada da produção de café conilon ainda pode levar tempo, avaliou nesta terça-feira, 17, o superintendente de Informações do Agronegócio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Aroldo Antonio de Oliveira Neto. Apesar disso, a estatal prevê que já em 2018 possa haver renovação mais intensa do parque cafeeiro, tendo como resultado ganhos de produtividade.

Segundo Oliveira Neto, grande parte da produção no Espírito Santo, principal produtor, é irrigada. Mas a falta de chuvas nos últimos três anos fez com que houvesse até mesmo proibições legais de uso de irrigação.

“Isso fez com que produtores tomassem decisão de evitar custos maiores, investiram menos na cultura e tiveram de erradicar e abandonar áreas. Recuperar isso leva um tempo. O resultado que estamos estimando é melhor do que no ano passado, mas ainda muito próximo. A gente espera que 2018 venha renovação melhor do parque cafeeiro e aí sim maior produtividade”, afirmou o superintendente.

As boas notícias em relação à produção de conilon vieram da Bahia, onde se fortaleceu a produção, e de Rondônia. “Em Rondônia, há perspectiva de produtividade muito boa, com esforços no Estado na renovação do parque cafeeiro e consequentemente melhoria tecnológica muito grande”, disse Oliveira Neto. Com isso, a colheita está estimada entre 8,64 milhões e 9,63 milhões de sacas de 60 kg, alta de 8,1% a 20,5% ante a safra de 2016.

No caso do café arábica, espécie que concentra 80% da produção no País, houve no ano passado uma recuperação muito forte do grão. “Isso faz com que a planta se ressinta do esforço de produção”, observou Oliveira Neto.

O superintendente explicou que houve neste ano aumento da área de formação, ou seja, os produtores preferiram colocar as plantas em descanso ou fazer a recepa ou poda técnica. “Tudo isso para que, na próxima safra, o café arábica volte a produzir na sua potencialidade”, disse. Neste ano, a produção de café arábica deve encolher entre 19,3% e 12,7%, para entre 35,01 milhões e 37,88 milhões sacas.