Brasília, 29 – A menor safra brasileira de café prevista para este ano reflete os efeitos de condições climáticas adversas para as lavouras observadas desde 2021, segundo o gerente de acompanhamento de safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Fabiano Vasconcellos. “O resultado da primeira estimativa da safra tem como tônica ainda o reflexo do clima em 2021, 2022, 2023 e 2024.

A safra se mostra desafiadora para o setor cafeeiro”, apontou Vasconcellos, durante webinar de apresentação do 1º levantamento da safra de café 2025 da Conab, na terça-feira, 28.

A companhia estima que o Brasil deve colher 51,8 milhões de sacas de café beneficiado neste ano, queda de 4,4% em relação à safra anterior.

Na avaliação de Vasconcellos, a safra do tipo arábica, maior volume de produção, serão afetadas neste ano pela bienalidade negativa, período em que as lavouras se voltam à recuperação da parte vegetativa, e pelo histórico de efeitos climáticos. “O clima será a tônica dessa safra. A safra só não é menor porque haverá recuperação de produtividade do tipo conilon nos principais Estados”, pontuou, lembrando que a produção é projetada para ser a quinta maior da série histórica.

Vasconcellos lembrou que as lavouras do grão foram afetadas por chuvas escassas nas principais regiões produtoras do tipo arábica no terceiro e quarto trimestre de 2024, o que prejudicou a floração e o desenvolvimento de frutos das plantas, além de ter causado desfolha. “O potencial produtivo não será alcançado porque as lavouras tiveram estresse climático e alta carga produtiva no último ano. As temperaturas acima da média desde abril de 2024 prejudicaram a recuperação das lavouras”, destacou.