21/10/2020 - 13:57
São Paulo, 21 – Os preços das hortaliças no mês de setembro tiveram comportamento divergente em setembro. Houve queda para batata, cebola e alface na maioria das Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas. As cotações do tomate e da cenoura, no entanto, subiram, segundo avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta quarta-feira o 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort).
A pesquisa considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
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Segundo a Conab, as altas temperaturas registradas em setembro trouxeram impactos na comercialização das principais frutas e hortaliças no País. Entre os produtos que tiveram prejuízo com o calor está o tomate, apresentando alta nas cotações em praticamente todas as Ceasas analisadas pela Conab, sendo a maior variação em Brasília (DF), de 32,5%. Apenas na Ceasa do Rio de Janeiro (RJ) a hortaliça ficou mais barata.
O preço da cenoura, pelo segundo mês consecutivo, apresentou alta em todos os mercados atacadistas analisados. A maior variação positiva foi registrada na Ceasa/DF – Brasília (38,46%). Conforme os técnicos da Conab, a alta “decorre da menor produção no Estado de Minas Gerais, responsável pelo abastecimento da maioria dos mercados analisados”.
A batata foi a única que apresentou queda de preços em todos os mercados, e a variação ficou entre 7,14% na Ceasa/PR – Curitiba e 22,03% na Ceasa/PE – Recife. Esta tendência de declínio vem se registrando desde junho, sendo que em maio se deu o pico de preços deste ano. Em setembro, “o clima quente e seco nas zonas produtoras, após chuva em algumas destas regiões, impulsionou os produtores a acelerar o ritmo da colheita para que a qualidade dos tubérculos não fosse comprometida”, mostra o boletim.
A alface, apesar de ter registrado elevação da demanda no mês passado, não foi suficiente para impulsionar as cotações. Em setembro o afluxo de alface aos mercados aumentou cerca de 8%, na comparação com agosto, diz a Conab.
Em relação à cebola, os preços apurados só não foram de queda em dois mercados: os que abastecem Curitiba/PR (alta de 6,64%) e Goiânia/GO (estabilidade, com alta de apenas 0,82%). Nos demais, os declínios ficaram entre 6,07% na Ceagesp – São Paulo e 14,92% na Ceasa/PE-Recife.
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
De acordo com o estudo, o mercado de laranja apresentou alta de preços em todas as Ceasas, com a diminuição da oferta em várias delas. “Isso pode ser explicado pela maior demanda em meio ao aumento do calor e a menor disponibilidade de frutas de boa categoria.”
Em setembro, foi registrada, novamente, baixa oferta da banana nanica, com a redução paulatina da oferta da variedade prata. Isso significou alta de preços principalmente para os entrepostos atacadistas do Centro-Sul do País.
A maçã continuou com oferta controlada e com preços mais baratos para aquelas de pequeno calibre, das variedades fuji e gala.
A melancia teve elevação da produção (principalmente da microrregião goiana de Uruana/Ceres), conjugada com queda de preços em todas as Ceasas. De acordo com a Conab, houve falta de transporte para escoar a fruta aos centros consumidores, que aumentaram a demanda em decorrência do calor.
Já a produção de mamão teve leve queda da demanda com aumento da oferta, notadamente da variante papaia originária do norte capixaba e sul baiano, em virtude da alta temperatura que acelerou o amadurecimento.
Exportação
O volume de exportação de frutas acumulado no Brasil no ano, até setembro, foi 6,54% maior em relação ao mesmo período de 2019, e o valor em dólares diminuiu 2,92%, o que mostra a atratividade do mercado externo em relação ao interno, diz a Conab.
Com a desvalorização cambial, maior quantidade de frutas deve ser enviada ao exterior para minimização da perda de receitas em reais. Destaque para o crescimento do volume das exportações de limões e limas, mangas, maçãs, bananas, conservas e preparações de frutas e a queda da melancia e melão.