29/08/2019 - 17:22
Em um evento que tem o futuro como tema central, a conectividade não poderia ficar de fora da pauta de discussões. Por conta disso, o 12º Congresso Brasileiro do Algodão realizou, nesta quinta-feira (29.08), em Goiânia, plenária sobre a seguinte questão: “A falta de conectividade é um obstáculo para tornar o agronegócio mais eficiente e inovador?”. Participaram do debate o diretor Comercial da Telebras, Hélcio Vieira Junior, o head de Produtos Corporativos & IoT na TIM Brasil, Alexandre Dal Forno, e o CEO da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato.
Na sua apresentação, Hélcio Vieira Junior falou sobre o Projeto Internet para Todos, criado pelo Ministério de Ciência Tecnologia e Informação com o objetivo de levar banda larga a regiões e municípios sem acesso ou com acesso precário à Internet. Segundo ele, a Telebras já conta com 32 mil km de fibra ótica instalados, atendendo a 1.524 municípios e a uma população de 130 milhões de pessoas.
“Nossa meta é, a partir do próximo ano, estarmos presentes em 100% do país, com 34 mil km de fibra ótica, para atender a um potencial de 208 milhões de pessoas, em 5.570 municípios”, afirmou o diretor Comercial da Telebras. Vieira destacou ainda a utilização de seu satélite Telebras SAT, que cobre todo o território nacional e conta, atualmente, com 9 mil postos no país, e meta de ampliação, em breve, para 50 mil. “Seremos não só a empresa como maior cobertura, como teremos a maior capacidade de atendimento”.
Na sequência, o representante da TIM falou sobre a mobilização do grupo para viabilizar internet no campo a um custo mais acessível. “Estamos nesta área há dois anos e percebemos que a necessidade não era só levar a internet das coisas para o campo. O agricultor já atua hoje com muita tecnologia embarcada nas máquinas, o que é preciso é trabalhar os processos digitais. Sem a conectividade, não há agricultura 4.0”, destacou. De acordo com o executivo, a TIM lidera a internet 4G nas áreas rurais, marcando presença em 3.300 municípios brasileiros. “É importante ressaltar, no entanto, que, além dos equipamentos e da oferta instalada, é preciso capacitar as pessoas que vão atuar com este modelo de agricultura”.
Já o CEO da SLC Agrícola Aurélio Pavinato mostrou os resultados dos investimentos em tecnologia digital promovidos nas 16 fazendas da empresa distribuídas em seis estados brasileiros, nas áreas de planejamento agrícola, manejo das culturas e dados climáticos. Entre os avanços citados pelo executivo, estão melhorias na gestão da frota de máquinas e dos dados metereológicos, na comunicação entre os trabalhadores, na gestão dos dados meteorológicos, no controle do plantio e no levantamento de pragas e doenças, além de uma maior eficiência no processo de pulverização, com economia de até 75% no uso de herbicidas.
Na opinião de Pavinato, as novas tecnologias representam mais do que uma melhoria incremental para o setor. “A agricultura digital está sendo e será uma revolução no manejo das culturas e dos insumos e quem não investir nesta tecnologia estará fora do jogo”, alertou o CEO da SLC Agrícola. Na visão do executivo, a tendência para os próximos anos é de que o avanço tecnológico resulte em queda no preço final dos produtos, globalmente “A nossa margem de lucro virá da nossa eficiência”, salientou o executivo, chamando atenção também para o grande potencial de avanço que há para a modernização da gestão agrícola no Brasil. “Na comparação com a indústria, a agricultura está menos desenvolvida no que diz respeito à gestão dos processos produtivos”.