28/09/2015 - 13:21
O setor sucroenergético desempenha papel de extrema importância nos mercados de combustível, bioenergia e alimento, no Brasil e no mundo. Esta relevância levou a Datagro a realizar a tradicional Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol. Sendo o evento técnico oficial do Sugar Dinner e comemorando sua 15ª edição, neste ano, a Conferência superou todas as expectativas.
Ao todo, 650 participantes e 49 palestrantes de 32 países fizeram do encontro um momento excepcional para troca de informações, ideias, opiniões e soluções para o setor.
Com palestras e debates de elevado nível técnico, a Conferência discutiu estimativas de safra, tendências de mercado de açúcar no Brasil e no mundo, a competitividade do etanol no segmento de combustíveis, custos de produção, estratégia, finanças e serviços, além de tecnologias e inovação.
A abertura da Conferência foi dada pelo presidente da Datagro, Plinio Nastari, e pelo secretário de Agricultura do Estado de São Paulo. Ambos apontaram para a importância de discutir e planejar ações, reforçando o desempenho da indústria sucroenergética.
Um dos destaques ficou para as estimativas da safra 2015/16 anunciadas por Guilherme Nastari, diretor da DATGRO, que apontou os números desta temporada, e as expectativas para 2016/17. De acordo com o diretor, a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul deve ser de 604, 6 milhões, enquanto a produção de etanol na região pode chegar a 28,1 bilhões de litros.
“Será a safra mais alcooleira dos últimos oito anos”, avaliou Guilherme Nastari. No caso do açúcar, o volume produzido deve ser de 31,3 milhões de toneladas. Entretanto, a temporada de 2016/17 deverá se reverter com usinas favorecendo a produção de açúcar, se o governo não elevar o preço da gasolina e tornar as vendas de etanol mais interessantes.
Já o mercado de açúcar a nível mundial foi abordado por José Orive, diretor da International Sugar Organization (ISO). Orive disse que os preços da commoditie estão em queda desde 2011, devido à alta oferta do produto, e o volume mundial deve sofrer déficit, sendo 1% menor este ano.
Além da produção, a competividade do etanol no mercado de combustível levantou importantes discussões acerca de soluções para o setor. Especialistas e líderes questionaram as iniciativas governamentais adotadas, recentemente, para a recolocação do etanol. O retorno da Cide, por exemplo, é considerado insuficiente para alavancar as usinas, que ainda enfrentam baixa produtividade.
“O preço do hidratado ainda não está cobrindo os custos de produção. Sua comercialização é frágil”, afirmou o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari. Para grandes traders, como o presidente da Tereos, Jacy Costa Filho, e presidente da Raízen, Pedro Mituzani, o setor segue prejudicado por falta de estímulos ao produtor, os quais necessitam de novos investimentos e incentivos de precificação para alavancar o etanol no mercado.
Outros grandes nomes da indústria também contribuíram para os demais debates, tais como: o diretor executivo da LMC, Martin Todd; presidente da AKS Sugar (maior refinaria do mundo), Jamal Al-Ghurair; diretor da RCMA Sugar, Jonathan Drake; presidente do Itaú BBA, Alexandre Figliolino; chefe do departamento de biocombustíveis do BNDES, Carlos Cavalcanti; entre outros.
Prêmio 40 anos de Etanol
Em comemoração aos 40 anos do etanol no Brasil, com a criação do Programa Nacional do Álcool – Proálcool, personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do biocombustível foram homenageadas com o inédito Prêmio 40 anos de Etanol.
O objetivo foi prestigiar os brasileiros que participaram de forma marcante na ascensão do etanol, colaborando com os avanços econômicos, tecnológicos e ambientais. “Isso aconteceu pelo trabalho e dedicação dos produtores e dos consumidores que acreditaram na atividade. Agora é um momento de fazermos um reconhecimento merecido para autoridades que se destacaram nestes últimos 40 anos”, afirmou Plinio Nastari.
Ao todo, foram 27 homenageados. Entre eles: Alfred Szwarc; Antonio Cesar Salibe; Antonio Delfim Neto, Cicero Junqueira Franco; Eduardo de Carvalho; Fernando de La Riva Averhoff; Gabriel Murgel; Gyorgy Böhm; Henry Joseph Jr; Homero de Arruda Filho; Ismael Perina; Jairo Balbo; João Guilherme Ometto; José Carlos Maranhão; José Goldemberg; Lamartine Navarro Jr; Leontino Balbo Jr; Luiz Antonio Ribeiro Pinto; Luiz Gonzaga Bertelli; Manoel Ortolan; Maurilio Biagi; Maurilio Biagi Filho; Paulo Saldiva; Roberto de Rezende; Rubens Ometto Melo; Shigeaki Veki; e Werther Annicchino.
Ao final, aclamado pelos homenageados e pelo público o presidente da Datagro, Plínio Nastari foi agraciado, de surpresa, com a medalha do Prêmio 40 Anos de Etanol, somando-se aos demais 27 laureados. Fonte: Ascom