14/08/2020 - 12:00
Passado o forte abalo inicial provocado pela pandemia do novo coronavírus, a confiança de empresários manteve a tendência de melhora em agosto, mas os consumidores não acompanharam essa evolução, segundo a divulgação extraordinária de uma prévia das sondagens de confiança apuradas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 5,8 pontos na prévia de agosto ante o resultado fechado do mês de julho, para 93,3 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,0 pontos, para 75,8 pontos.
Os números informados têm como base dados coletados até o dia 13 de agosto.
“Os resultados prévios de agosto sugerem continuidade do caminho de recuperação da confiança empresarial, que está apenas 2,7 pontos abaixo do patamar de fevereiro, e queda da confiança dos consumidores, que se encontra 12 pontos abaixo do período pré-pandemia, que já era baixo em termos históricos. A recuperação da confiança empresarial não tem sido homogênea entre os setores, sendo mais consistente na indústria e no comércio que nos serviços e na construção. O cenário de retomada deve se manter nos próximos meses, agora em ritmo mais gradual, principalmente em função da cautela dos consumidores e pelo nível de incerteza que se mantém elevado”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Entre os consumidores, o Índice de Situação Atual (ISA-C) permaneceu em 71,0 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-C) encolheu 5,1 pontos para, 80,0 pontos.
No Índice de Confiança Empresarial (ICE) – que consolida os indicadores de confiança da Indústria, Serviços, Comércio e Construção -, o Índice de Situação Atual dos Empresários (ISA-E) subiu 8,0 pontos, para 87,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) cresceu 4,8 pontos, para 90,4 pontos.
Todos os setores tiveram melhora na confiança em agosto, com destaque para a alta de 10,2 pontos do Comércio, para o nível de 96,3 pontos, recuperando 90,9% das perdas registradas em março e abril.
A confiança da Indústria subiu 8,8 pontos em agosto, para 98,6 pontos, recuperando 93,5% da perda provocada pela pandemia.
A confiança do setor de Serviços cresceu 3,6 pontos em agosto, para 82,6 pontos, resgatando 72,7% do baque provocado pela crise, enquanto a Construção avançou 1,7 ponto em agosto, para 85,4 pontos, um resgate de 73,4% da confiança perdida na crise da covid-19.
As prévias das sondagens da FGV coletaram informações de 2.586 empresas e de 1.000 consumidores entre os dias 1 e 13 de agosto.