A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) apresentou os painéis de discussão programados para o 21º Congresso Internacional do Trigo, que acontecerá de 19 a 21 de outubro, em Foz do Iguaçu/PR. Até o momento estão inscritas 420 pessoas para o evento. “Nossa expectativa é de que esse número chegue a 500”, disse Sergio Amaral, presidente da Abitrigo. O primeiro painel discutirá o mercado de commodities e as novas tendências para o trigo. “Pelo resultado das últimas safras, possivelmente não precisaremos importar trigo fora do Mercosul”, anseia Amaral. 

Outro tema que será discutido é a nutrição e a obesidade no Brasil. Sobre isso, Sergio Amaral falou sobre as dietas da moda, citando como exemplo as que eliminam o glúten da alimentação. “Essa preocupação com o glúten vem dos Estados Unidos. Na Europa, não se tem discussão a respeito disso. Apresentaremos pesquisas científicas que apontam mitos e verdades sobre o glúten. E deveremos lançar um livro sobre as dietas da moda e a verdade científica”, disse o presidente da Abitrigo. “Falaremos também sobre o movimento internacional da OMS e da FAO contra a obesidade”, completa. A melhoria da qualidade da panificação, a valorização da figura do padeiro, um trabalho mais próximo junto aos produtores de trigo serão questões debatidas por diferentes entidades da cadeia no penúltimo painel do Congresso. “Há uma necessidade de união da cadeia para atender à demanda exigente do mercado. Com a melhora da qualidade do pão, queremos aumentar o consumo do produto no Brasil, que ainda é muito baixo”, disse Amaral.
Segundo a Abitrigo, o consumo de pão no País é de 32 Kg/habitante ao ano, contra aproximadamente 100 Kg/habitante na Europa.

O último painel falará sobre o trigo no Mercosul. A safra 2014/2015 de trigo no Brasil deve fechar em 7,5 milhões de toneladas e a maior parte será absorvida no País; o consumo de trigo gira em torno de 11,9 milhões de toneladas “Não há perspectiva de importação de trigo fora do Mercosul. Apesar da limitação de importação de trigo argentino, há uma tendência de crescimento na produção de trigo no Paraguai e no Uruguai; cada um deve produzir em torno de 1,8 milhões de toneladas”, finaliza Amaral.