28/08/2019 - 10:51
Para proteger os produtores americanos prejudicados pela guerra comercial com a China, o governo Donald Trump tomou uma decisão: a criação de um pacote de ajuda de US$ 16 bilhões (cerca de R$ 65 bilhões). A maior parte será para pagamento em dinheiro. Nada menos que US$ 14,5 bilhões vão para as mãos de produtores de grãos, lácteos e suínos impactados por tarifas chinesas. Outra fatia, de US$ 1,4 bilhão, será gasta na compra de produtos frescos e US$ 100 milhões irão para promoção comercial. No total, essa bela ajuda de Trump equivale a 33,2% do que foi anunciado no ano passado para todo o Plano Safra brasileiro e que corre o risco de não se repetir este ano.
FAO
Flertando a céu aberto
O governo Bolsonaro já anunciou: apoia sem restrições um chinês para a diretoria geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com sede em Roma. No caso, Qu Dongyu, vice-ministro da Agricultura e dos Assuntos Agrários daquele país. A eleição ocorre no dia 23 deste mês. Se eleito, Dongyu vai substituir o agrônomo e professor brasileiro José Graziano da Silva. Ele foi eleito pela primeira vez em 2011 e reeleito em 2015. Graziano é tido como herança governo Lula, por ter atuado na criação do Programa Fome Zero, em 2004. Além de Qu Dongyu, estão na corrida pela FAO a francesa Catherine Geslain-Lanéelle, o americano Davit Kirvalidze e o indiano Ramesh Chand.
União Europeia
Sem luz no fim do túnel
As tentativas de um acordo bilateral entre a União Europeia e o Mercosul já duram 20 anos. E parece não ter fim. A comissária europeia de comércio, a sueca Anna Cecilia Malmström, havia declarado que, antes do término de seu mandato, em outubro, esse impasse estaria resolvido. Mas o presidente da França, Emmanuel Macron, já avisou que não vai assinar nada que prejudique os seus produtores rurais. Macron tem dito insistentemente que a Europa agrícola vem sendo ameaçada de “fora” e de “dentro”. No ano passado, em mais um movimento protecionista, ele já havia se rebelado contra a redução de subsídios para 365 bilhões de euros, por ano, entre 2021 e 2027, aos produtores europeus. O corte seria de 5% em relação ao valor atual.
JBS
Ações nas nuvens
Quem fica de olho no Ibovespa – o principal índice da bolsa brasileira – viu um recorde acontecer no início de maio: a JBS, a maior processadora de proteína animal do mundo, alcançou valor de mercado de R$ 55 bilhões. É o maior de sua história, desde que foi fundada em 1953. Em um ano, a companhia controlada pela família Batista viu suas ações crescerem 146%. A participação dos Batista, que têm 42% das ações, aumentou em R$ 13 bilhões. Já o BNDES, com 21% das ações, teve um empuxo de R$ 6,7 bilhões. A JBS, que faturou no ano passado R$ 181,7 bilhões, fechou o primeiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, valor 115,7% acima do mesmo período do ano passado.