16/11/2020 - 19:49
Alvo preferencial de críticas do ex-governador Márcio França (PSB) no primeiro turno da campanha na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) busca agora o apoio de aliados do pessebista e avança sobre os bases do ex-rival. Interlocutores de Covas conversaram nesta segunda-feira, 16, com dirigentes do Solidariedade, que apoiou França, e da Força Sindical, central ligada ao partido.
O tucano também articulou o apoio da UGT, central sindical ao PSD, que apoiou Andrea Matarazzo no 1° turno. A ideia é reforçar a tese de que o tucano representa uma “frente ampla” contra o que o que Covas chamou de “radicalismo” e tentar isolar o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que articula apoios nas bases históricas do PT na cidade.
Em entrevista ao portal UOL nesta segunda, 16, Covas disse que “não há nenhuma mágoa” em relação a França e ressaltou que em nenhum momento fez ataques pessoais ao adversário. Os dirigentes do PSB, PDT, solidariedade e Avante, legendas que estavam na coligação de Márcio França, para avaliar a possibilidade de anunciar um apoio conjunto no 2° turno.
Mas o Estadão apurou que não haverá consenso no encontro e a aliança vai se pulverizar. O PDT vai defender o apoio irrestrito à candidatura de Boulos, já o Solidariedade tende a apoiar a Covas, enquanto o próprio França dá sinais que vai se manter neutro.
“Nós (direção do SD) vamos nos reunir amanhã, mas eu não escondo que sou amigo do Bruno (Covas) e tenho uma preferência por ele”, disse o presidente municipal do SD, Pedro Nepomuceno, que foi subprefeito de Santana da administração tucana até o começo da campanha.
Considerando o panorama nacional, a possibilidade de o PSB apoiar Boulos em São Paulo está prejudicada com fato de que não haverá reciprocidade em Recife, onde o PSOL indicou o advogado João Arnaldo como vice na chapa da petista Marília Arraes. Eles vão ao segundo turno contra socialista João Campos.
Em entrevista ao portal UOL nesta segunda-feira, 16, Covas disse que vai procurar também o partido de Celso Russomanno. “Vamos conversar com o Republicanos para que o Celso Russomanno e os vereadores eleitos pelo Republicanos possam também somar força com a gente”. Ao ser questionado se vai buscar apoio também de França, Covas disse: “Não há menor dúvida. Não há nenhuma mágoa, em nenhum momento fiz ataque pessoal, em nenhum momento levei para questão pessoal”.
O PSDB ainda não definiu o roteiro do seu primeiro programa de TV, que vai ao ar na sexta-feira. Mas a ideia é reforçar o perfil de “centro” de em contraponto ao “extremista” Boulos.