São Paulo, 19 – Representantes de cooperativas agropecuárias estiveram reunidos no fim da tarde da quinta-feira, 18, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e outros integrantes do governo para debater o Plano Safra 2021/22, que compreende a temporada que começa em julho e vai até junho do próximo ano. Cooperativas pensam em pedir ao governo pelo menos R$ 250 bilhões em recursos ante os R$ 236,3 bilhões disponibilizados no ciclo 2020/21. “Empresas e cooperativas precisarão de montante maior de capital para giro dos negócios”, disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o coordenador do Ramo Agropecuário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Luiz Roberto Baggio, citando ainda a maior produção na temporada e a alta dos insumos. Ele calcula que a agricultura brasileira “precisaria hoje de R$ 900 bilhões para financiamento”.

A proposta oficial das cooperativas será enviada ao governo em 10 de março. Entre as ideias defendidas pelas cooperativas está um maior direcionamento de recursos para pequenos e médios produtores. “As cooperativas precisam de volume maior de recursos, especialmente de aporte nas linhas relacionadas a investimentos para viabilizar a ampliação de agroindústrias e plantas”, disse Baggio, que também preside a cooperativa Bom Jesus, do Paraná. Outra preocupação das cooperativas levada ao governo se refere a linhas de crédito para apoio à comercialização dos produtores.

Segundo Baggio, após o encontro desta quinta-feira – realizado de maneira virtual e que durou mais de duas horas – a proposta das cooperativas agropecuárias será finalizada. Para ele, a reunião tinha como objetivo apresentar as preocupações das cooperativas com a política pública de crédito e entender o projeto do governo para o financiamento da próxima safra.

“Entendemos também o momento do governo com orçamento apertado, enfrentando pandemia. Foi uma boa conversa com profundidade e abertura dos dois lados”, avaliou Baggio.

Também participaram do encontro o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Sérgio Neves de Souza, o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Ribeiro Damaso, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, César Halum, o secretário-adjunto de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Márcio Cândido, e o diretor de Crédito e Informação, Wilson Vaz de Araújo.