29/10/2021 - 11:47
Líderes do G-20 estão divididos sobre a redução no uso de carvão a fim de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, afirmam funcionários, o que lança dúvidas sobre a capacidade de se atingir a ambiciosa meta climática. A reunião de líderes globais em Roma neste fim de semana deve marcar o tom para as conversas no encontro sobre o clima da Organização das Nações Unidas em Glasgow, que começará imediatamente depois.
Os países do G-20, incluindo Estados Unidos, China, Rússia, Índia e Arábia Saudita, tentarão forjar uma posição comum sobre como aderir da melhor maneira ao acordo sobre o clima de Paris de 2015, que pede a redução as emissões o quanto antes possível, a fim de se atingir a neutralidade climática em meados do século.
Funcionários dizem que fechar um consenso sobre políticas segue difícil, diante de interesses que se chocam e do fato de que poucas propostas concretas devem surgir do encontro. Sem um sinal positivo do G-20, um acordo na COP-26 será ainda mais difícil de se atingir, temem ativistas.
A questão do carvão será um teste importante para os líderes do G-20. O grupo inclui várias nações com forte uso do componente e também produtores de combustível fóssil, entre eles China, Estados Unidos e Austrália. Em julho, durante reunião de ministros do Meio Ambiente em Nápoles, o G-20 não chegou a um acordo sobre datas para a redução no uso de carvão e o fim das construções de novas centrais de energia movidas a carvão. Países ricos em carvão como China, Índia e Austrália se opõem a essas metas, disseram duas fontes ligadas ao assunto. Turquia, Rússia e Arábia Saudita também estão nesse campo.
Alguns governos temem que um acordo para reduzir o uso do carvão levaria rapidamente a pressões para cortar o uso de outros combustíveis fósseis, como gás ou petróleo, afirmou Chris Littlecott, diretor associado da consultoria E3G, com foco em clima. Um salto nos preços dos combustíveis fósseis leva recentemente vários países, entre eles China e Reino Unido, a depender mais do carvão para fazer funcionar suas indústrias e garantir o suprimento de energia elétrica. Fonte: Dow Jones Newswires.