15/11/2022 - 15:25
Enquanto o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) programou encontros fechados com o enviado do governo americano para o clima, John Kerry, e com o alto representante chinês para o clima, Xie Zhen Hua, a futura primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, atraiu atenções na a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP-27, em Sharm El-Sheik, no Egito, na tarde desta terça-feira, 15.
Lula e Janja desembarcaram no país do norte da África na noite de segunda-feira, 14, acompanhados do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e um grupo de políticos. Com eles, segundo o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), estava o empresário José Seripieri Junior, dono da aeronave que levou a comitiva à conferência.
Lula foi convidado a participar do evento pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, e pelo governo egípcio logo após vencer as eleições. Em Sharm El-Sheik, ele cumpre uma série de compromissos como encontros bilaterais. Kerry e Xie Zhen Hua são os primeiros.
Na quarta-feira, 16, o petista participa do evento “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”, no pavilhão dos Governadores da Amazônia Legal, durante a manhã, e na sequência segue para pronunciamento na área da ONU.
Na quinta-feira, 17, Lula visitará o estande da sociedade civil brasileira na COP e ainda deve participar de um fórum dos povos indígenas e mudanças climáticas durante a tarde. Na sexta-feira, 18, ele viaja para Portugal, onde tem encontro com autoridades portuguesas e de onde deve retornar, no fim de semana, para o Brasil.
A presença de Lula se transformou em um dos assuntos mais comentados pela imprensa estrangeira no local. A comunidade internacional acompanha com expectativa a formação do terceiro governo do presidente eleito, após o enfraquecimento da defesa da Amazônia durante a gestão Jair Bolsonaro (PL).
Antes disso, no entanto, foi Janja quem parou a COP. A futura primeira-dama arrastou um grande número de pessoas quando foi ao estande do Consórcio da Amazônia Legal. Depois se dirigiu ao Brazil Climate Action Hub, o pavilhão da sociedade civil, onde ficou por cerca de meia hora, tirou fotos e conversou com ambientalistas, ativistas e lideranças indígenas. Janja ainda participou de uma conversa com mulheres sobre questões relacionadas à sustentabilidade.
A chegada do casal presidencial ao Egito foi cercada de controvérsias desde que a informação de que viriam na aeronave de Seripieri Junior foi publicada primeiramente pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. A aeronave tem capacidade para transportar 12 pessoas e autonomia para voar direto ao Egito.
Lula e Seripieri se conhecem há mais de dez anos. O petista chegou a passar um réveillon na casa de Seripieri. A QSaúde, empresa de Junior, doou R$ 50 mil a uma campanha contra a fome promovida no jantar do Grupo Prerrogativas, em dezembro, em São Paulo, onde Lula e Alckmin fizeram a primeira aparição pública juntos em meio às negociações para a chapa presidencial. O empresário também esteve no casamento de Lula com Janja este ano.
Na segunda-feira, 14, Alckmin (PSB) afirmou que o presidente eleito viajaria para o Egito de carona no avião do empresário José Seripieri Junior. Ele negou que a aeronave tenha sido emprestada pelo empresário ao petista.
“A informação que tenho é de que não é emprestado (o avião). O proprietário está indo junto para a COP. Ele também vai participar da COP, está indo junto. Não tem empréstimo. Estão indo juntos no mesmo avião. Estão indo mais pessoas, ex-governador, lideranças políticas, ambientais, todos juntos”, disse Alckmin, durante entrevista coletiva em São Paulo.
Nesta terça, o ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite criticou o uso de jatinhos, em referência ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmou que o mundo não será salvo pelos “caridosos”. O titular da pasta na gestão Jair Bolsonaro disse ainda que a política ambiental deve ser baseada na geração de emprego verde, e não em uma redução de emissões de gases de efeito estufa “extremamente forçada” durante discurso na conferência climática.