A matéria publicada na noite desta quinta-feira, 6, referira-se incorretamente a Loretta Mester como presidente do Federal Reserve. Na verdade, Mester é presidente da distrital do Fed em Cleveland. Segue abaixo o texto corrigido.

A presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta quinta-feira, 6, que, em sua visão, o conselho da autoridade não vai cortar juros no próximo ano, e as taxas deverão ser elevadas em 2023. Em evento do Conselho para Educação Econômica, a dirigente disse que irá demorar algum tempo para a inflação atingir 2%, a meta do Fed, uma vez que ela é persistente, e que o foco da autoridade no momento deve ser a alta de preços.

“Não iremos parar até que a inflação caia para 2%”, afirmou Mester. Segundo ela, será preciso ter juros reais positivos e ficar lá por algum tempo para combater as pressões nos preços. “Temos muito trabalho a fazer para conter a inflação, não vejo evidências para reduzir ritmo de aperto”, apontou. “Meu panorama de alta de juros é um pouco mais alto do que a média dos dirigentes, assim como a inflação é mais persistente”, disse Mester.

Para a dirigente, a “inflação foi muito mais forte e persistente do que pensávamos”. Em sua visão, o Fed teve uma mudança apropriada para postura mais restritiva na acomodação. “Há muitos fatores afetando inflação, como a guerra da Ucrânia, mas vamos usar nossas ferramentas”, reforçou, indicando a disposição no combate à alta de preços. “Teremos pressões para cima e para baixo na inflação”, adiantou.

Sobre uma eventual nova alta nos preços de energia, em especial pelos cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decididos nesta semana, Mester indicou que o tema deve ser foco de atenção do Fed, uma vez que pode impactar nos combustíveis.

Desemprego

Loretta Mester também afirmou acreditar que a taxa de desemprego nos Estados Unidos aumente um pouco, visando a intenção da autoridade de voltar à meta de inflação. Ela disse que, se “não colocarmos inflação de forma sustentável na meta, não teremos mercado de trabalho estável”. O mercado de trabalho segue ainda muito forte, avalia. Para Mester, há dificuldade na expansão da mão de obra. A dirigente cita o caso da imigração ao país segue em baixa, já estava antes da pandemia, e piorou com os bloqueios.