05/05/2022 - 13:05
Escolas de São Paulo têm detectado aumento no número de casos positivos de covid-19 entre seus alunos. O crescimento da contaminação tem sido provocado principalmente pela flexibilização de medidas preventivas, como uso de máscaras faciais, baixo isolamento e retomada de festas e confraternizações.
Dois grandes hospitais de referência de São Paulo, o Albert Einstein e o Sírio-Libanês, prestam consultorias para algumas unidades de ensino para auxiliar nos protocolos. Os dois centros de saúde apontam medidas que podem ser adotadas nesse momento para lidar com mais casos positivos entre os estudantes.
“De fato estamos tendo um aumento dos casos de covid nas escolas muito por causa da intensa flexibilização pela qual a gente passou nos últimos meses. Tínhamos alguns pilares de redução de risco dentro das escolas que não temos mais. Não tem mais o uso da máscara, o distanciamento, a formação de bolhas. Deixamos de ter todos esses cuidados”, explica Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês.
“É preciso avisar a escola quanto tiver sintomas e não frequentar as aulas. Também informar para a escola se testou positivo ou se alguém próximo testou. Esses são pilares nos sustentam no controle de casos dentro da escola”, acrescenta.
Recomendações:
– Manter higiene de mãos.
– Manter ambientes bem ventilados.
– Manter higienização dos ambientes.
– Controle de sintomáticos/casos suspeitos.
– Isolamento/afastamento de casos confirmados.
– Controle de contactantes de casos confirmados.
Cleber de Moraes Motta, consultor médico de projetos em saúde do Einstein, explica que “houve mudanças nos protocolos e recomendações ao longo da pandemia, considerando os aspectos epidemiológicos”. Entre os critérios considerados, estão novos casos e óbitos diários e nível de internação por localidade, avanço da campanha de vacinação por faixa etária, atualizações das evidências científicas sobre a doença e normas governamentais vigentes.
1. Qual é a orientação para as escolas em casos positivos em sala de aula?
Em relação ao caso positivo, a escola deverá afastar imediatamente o caso positivo das atividades presenciais e garantir o cumprimento de isolamento em três possibilidades:
a) com o tempo de 10 dias, a partir do início dos sintomas (recomendação preferencial) ou;
b) por 7 dias (se assintomático), a partir do início dos sintomas, mantendo cuidados até o 10º dia ou;
c) por 5 dias (se assintomático), a partir do início dos sintomas com uma testagem de exame laboratorial negativa, mantendo as medidas complementares até o 10º dia.
Se o aluno estiver com sintomas de covid-19, não poderá reduzir o tempo de afastamento (itens “b” e “c”) e a medida indicada no item “a” será a única possível. O retorno deste caso positivo deverá ocorrer somente se o caso estiver assintomático, sem uso de medicação nem febre por ao menos 24 horas.
2. Se a sala de aula tem apenas um caso positivo, qual a recomendação para escola e pais?
O colégio é orientado a informar aos pais sobre a confirmação de um caso positivo (sem divulgar informações sobre a pessoa, como nome, para evitar estigmatizações). A partir daí, a escola passa a monitorar todos os alunos desta sala.
Caso algum aluno venha a apresentar sintomas da covid-19 posteriormente, a criança ou adolescente será afastado das atividades presenciais e encaminhado para testagem. Todos os pais são orientados pela instituição sobre a recomendação do uso de máscara na escola por 10 dias, contados a partir do último dia de contato com o caso positivo, bem como a manutenção das demais medidas de segurança.
3. Se em uma determinada sala de aula há mais de um caso positivo, qual a recomendação para escola e pais?
A consultoria recomenda que os colégios sigam as diretrizes da Coordenaria de Vigilância em Saúde de São Paulo, a Covisa: com surgimento de dois ou mais casos em que haja a confirmação de vínculo epidemiológico entre os infectados, a recomendação é afastar a turma.
4. Quais têm sido as orientações sobre uso de máscaras?
Conforme as atuais regras do governo paulista, as máscaras são obrigatórias somente no transporte público, como em ônibus e metrôs, e em unidades de saúde, como hospitais e clínicas. Especialistas, porém, recomendam a manutenção do uso de máscaras para grupos mais vulneráveis, como imunossuprimidos, pacientes oncológicos, entre outros.