A CPFL Energia registrou um lucro líquido de R$ 1,651 bilhão no primeiro trimestre de 2023, alta de 42,1% em relação ao reportado no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) chegou a R$ 3,53 bilhões, montante 33,6% maior que o verificado nos três primeiros meses de 2022.

O resultado reflete, principalmente, um melhor desempenho do segmento de distribuição, que apresentou um crescimento de 26,6% no Ebitda, para R$ 2,3 bilhões. A empresa anotou uma queda de 1,2% das vendas na área de concessão, mas a classe residencial surpreendeu, com alta de 0,7%, a despeito do avanço da geração distribuída, reflexo do aumento da massa de renda, segundo o presidente da companhia, Gustavo Estrella. Isso permitiu maior adimplência dos consumidores, proporcionando uma redução de 22,7% na provisão para devedores duvidosos (PDD), ao mesmo tempo em que colaborou para que as distribuidoras do grupo mantivessem tendência de redução das perdas comerciais. Entre as demais classes de consumo, a indústria recuou 1% no período, enquanto o comércio ficou praticamente estável (-0,1%). Já a classe “outros” caiu 6,5%.

Os demais segmentos de atuação do grupo também apresentaram evolução positiva do Ebitda. Na geração, o indicador cresceu 39,2%, para R$ 937 milhões, favorecido pela alta de 17% da geração eólica e pela melhor hidrologia, além dos reajustes de contratos. Na Transmissão, o avanço foi de 65,7%, para R$ 229 milhões, refletindo o processo de recuperação dos ativos da antiga CEEE. No segmento de “Comercialização, Serviços e Outros”, o Ebitda somou R$ 38 milhões, revertendo resultado negativo de um ano antes, com melhores margens da comercialização, tendo em vista que a companhia estava com posição vendida e vem se aproveitando do momento de preços mais baixos.

Investimentos e Dívida

Entre janeiro e março, a CPFL realizou investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão, 10,7% menos que o desembolsado um ano antes. Para o ano, a companhia reiterou a expectativa de atingir um Capex de R$ 5,2 bilhões. “Continuamos focados no nosso plano de investimentos, que prevê R$ 25,4 bilhões até 2027”, afirmou o CEO da CPFL Energia, Gustavo Estrella.

Ao fim de março, a dívida líquida da CPFL estava em R$ 22,8 bilhões, abaixo dos R$ 23,7 bilhões anotados no encerramento de 2022. Já a alavancagem recuou 0,18 ponto, para 1,70 vez dívida líquida/Ebitda.

A companhia encerrou o trimestre com mais de R$ 5 bilhões de caixa, ante amortizações de R$ 2,015 bilhões neste ano, chegando a cerca R$ 3,7 bilhões em 12 meses. Estrella comentou que a CPFL antecipou o refinanciamento de curto prazo no final do ano, por isso não tem necessidade de ir a mercado para fazer refinanciamento pelos próximos meses. “Conseguimos antecipar e fugimos um pouco dessa volatilidade de mercado; sempre procuramos os bons momentos de mercado para antecipar os vencimentos em pelo menos 12 meses”, disse