08/02/2022 - 10:10
São Paulo, 8 – As contratações de crédito rural no âmbito do Plano Safra 2021/22 acumularam o valor de R$ 174 bilhões entre julho de 2021 (início do ano-safra) e janeiro de 2022. O montante contratado nesses sete meses é 31% maior em relação a igual período do ano-safra anterior, de 2020/21, quando foram emprestados R$ 132,9 bilhões. A informação foi divulgada nesta terça-eira pelo Ministério da Agricultura.
O total de recursos destinado a custeio alcançou R$ 94,75 bilhões, valor 31% maior em relação aos R$ 72,19 bilhões de 2020/21. Nas linhas de investimento, os empréstimos do Plano Safra alcançaram R$ 50,30 bilhões, montante 21% maior ante os R$ 41,65 bilhões do ano-safra anterior. Em comercialização, foram contratados recursos 69% maiores, passando de R$ 11,49 bilhões em 2020/21 para R$ 19,45 bilhões no atual ano-safra, que se encerra em 30 de junho. Por fim, em industrialização, as contratações de crédito rural alcançaram R$ 9,48 bilhões, valor 25% maior ante os R$ 7,58 bilhões da safra passada.
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Segundo nota do Ministério da Agricultura, o avanço em comercialização foi garantido sobretudo por milho, soja e café, “em função do aumento de preços e da ampliação de estoques pelas empresas consumidoras”.
Em relação às contratações por fontes de recursos, as fontes controladas (com juros equalizados pelo Tesouro Nacional e subsidiados aos produtores) representaram R$ 117,8 bilhões (68% do total). Já o montante proveniente de fontes não controladas alcançou R$ 56,2 bilhões, ou 32% do total contratado entre julho de 2021 e janeiro de 2022. A linha Finame do BNDES, entretanto, teve queda expressiva nas contratações no período, passando de R$ 13,5 bilhões em 2020/21 para R$ 10,4 bilhões nos sete meses do ano-safra 2021/22, recuo de 23%. Esta linha, com taxas controladas, é bastante utilizada por produtores rurais na aquisição de máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras.
Além disso, a pasta informou que, entre julho de 2021 e janeiro de 2022, o valor das contratações realizadas por pequenos, médios e grandes produtores, e seu respectivo aumento, foram R$ 23,2 bilhões (+30%) no Pronamp (médios produtores); R$ 28,1 bilhões (+29%) no Pronaf (produtores familiares) e R$ 122,7 bilhões (+32%) para os demais produtores.
Em relação aos recursos equalizáveis pelo Tesouro Nacional, ainda há R$ 27,5 bilhões disponíveis, ou 30% de um total de R$ 90,8 bilhões. Entretanto, o Ministério da Economia suspendeu, entre 7 e 28 de fevereiro, as operações com esses recursos, “devido à insuficiência de dotações orçamentárias para pagamentos de equalização de taxas de juros”, cita a Agricultura. Em relação a este tema, a Agricultura informa que o governo está realizando negociações no sentido de “superar essas dificuldades orçamentárias para a retomada das referidas operações na maior brevidade possível”.