A credora de criptomoedas BlockFi suspendeu temporariamente os saques em sua plataforma, em meio ao colapso da exchange FTX, que reacendeu os temores sobre uma generalizada crise de liquidez no setor.

Em comunicado, a empresa se disse “chocada e consternada” com as notícias relativas à FTX e a Alameda Research, ambas controladas pelo bilionário Sam Bankman-Fried.

“Dada a falta de clareza sobre o status da FTX.com, FTX US e Alameda, não podemos operar como de costume”, alertou a companhia, que também limitará outras atividades.

A decisão chama a atenção para o nível de interdependência dos principais atores do mercado de criptoativos. Em julho, a FTX concedeu uma linha de crédito de US$ 400 milhões à BlockFi, que na época enfrentava os efeitos mais agudos da onda de liquidação que se abateu sobre o setor.

Quatro meses depois, a FTX está no centro de sua própria crise, após receber uma série de pedidos de saques no final de semana. A Binance chegou a anunciar que compraria a rival, mas depois voltou atrás e desistiu do negócio ao descobrir um rombo de até US$ 8 bilhões na empresa.

Com o anúncio de mais uma vítima do “inverno das criptomoedas”, o bitcoin para novembro recuava 5,51%, a US$ 17.480, por volta das 04h30 (de Brasília). Entre as altcoins, ethereum perdia 3,69%, a US$ 1.272,02, e Solana cedia 3,87%, a US$ 17,37.

O analista Marcus Sotiriou, da corretora GlobalBlock, a turbulência no mercado continuará enquanto houver incertezas sobre o futuro da FTX. “Se a FTX não conseguir levantar liquidez, não temos certeza de quão ruim será o contágio”, advertiu.