A Seleon Biotecnologia começou como startup em 2014 e, em 2023, foi responsável por participar de 20% da produção nacional de sêmen bovino no mercado de inseminação brasileiro. Atualmente, 22% das vacas no Brasil são inseminadas artificialmente, processo chamado de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Para celebrar não só os seus números positivos, mas de todo o setor pecuarista brasileiro, a empresa encomendou com o artista plástico Rafael Brancatelli uma escultura de touro. Com cerca de quatro metros de comprimento, a proposta feita pelo CEO Bruno Grubisich ao artista era de uma obra que “homenageasse a força, a resiliência e a bravura dos pecuaristas brasileiros.”

Este não é o primeiro touro que o artista Rafael Brancatelli faz. Foi ele quem criou o “touro de ouro” exposto na frente da sede da B3, a bolsa brasileira, no centro da cidade de São Paulo, em novembro de 2021. Por conta da repercussão sobre a escultura na época e de sua vandalização, ela teve que ser retirada do local.

A escultura, instalada na porta da Seleon, em Itatinga (SP), e que leva o nome da empresa, dá as boas-vindas aos visitantes. A cor de ouro deu lugar ao verde. Segundo o artista, o verde mais intenso faz referência à sustentabilidade nos sistemas de produção.

Durante o processo criativo, Rafael teve contato com os animais. A ideia foi criar uma escultura sem representar uma raça específica, “para valorizar a importância de todas elas”.

“A musculosidade e a expressão mais acentuadas transmitem a ideia de força, bravura e coragem, estando em posição para enfrentar qualquer embate”, descreve o artista. “Fui conhecer as instalações para conhecer a anatomia, ver os animais, como se comportam, até para extrair carateristas, para embasar meu projeto”, conta Rafael.

Rafael diz ainda ter dedicado vários meses em pesquisa e desenvolvimento para eliminar riscos de repetições ou cópias de outros touros existentes. “Não só em Nova York, mas em outras capitais existem touros representando o mercado financeiro”, lembra. Inclusive, ele mesmo tem no currículo 15 esculturas de touro feitas sob encomenda.

De acordo com a Seleon, o percentual de vacas inseminadas mais que dobrou na última década, saindo de pouco mais de 10% para os atuais 22%. Contudo, há um grande potencial ainda a ser explorado. No rebanho norte-americano, por exemplo, o percentual passa de 85%.

De olho nesse potencial que a empresa planeja investir R$ 50 milhões nos próximos cinco anos na ampliação de sua estrutura. A Seleon é prestadora de serviços de industrialização de sêmen para centrais de inseminação e empresas de genética, que enviam seus rebanhos selecionados para que ela faça esse serviço de coleta e processamento do material.

“O uso da IATF [Inseminação Artificial em Tempo Fixo] é um caminho crítico para atender aos programas de qualidade, tanto de corte quanto de leite. Só na Seleon residem 450 cabeças, sendo 100 importados das raças Angus e Holandês, com este propósito”, explica o CEO. “Serão feitos pesados investimentos para dobrar a capacidade de alojamento dos touros”, diz. Com isso, a ideia é saltar das atuais 5 milhões de doses de sêmen bovinos produzidas por ano para 12 milhões.

Segundo a empresa, existe uma crescente procura pelo cruzamento industrial para produção de carne de qualidade, os chamados programas beef on dairy (sêmen de gado de corte em vacas-leiteiras) e que cada vez mais países da América Latina, África e Ásia buscam produtos brasileiros. Hoje, os clientes da Seleon atendem ao mercado de genética no Brasil e em mais de 30 países.