13/07/2022 - 8:21
A pior crise global de oferta de petróleo em décadas está dando os primeiros sinais de arrefecimento, à medida que a desaceleração econômica pesa na demanda pela commodity, ao passo que sanções impostas à indústria petrolífera da Rússia estão tendo menos impacto do que o esperado em sua produção, segundo avaliação da Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório mensal publicado nesta quarta-feira, 13, a AIE cortou suas projeções de demanda mundial por petróleo para este e o próximo ano. Para 2022, a estimativa foi reduzida em 240 mil barris por dia (bpd), a 99,18 milhões de bpd, e para 2023, em 280 mil bpd, a 101,32 milhões de bpd.
De qualquer forma, a AIE espera que o impacto na demanda seja modesto, à medida que a recuperação da economia da China ajuda a compensar a queda do consumo em outras partes do mundo.
Além disso, sanções adotadas contra a Rússia, pela guerra na Ucrânia, estão prejudicando sua oferta menos do que se previa, enquanto a produção de EUA e Canadá está aumentando, diz a agência.
A AIE elevou sua projeção de oferta global do petróleo neste ano em 300 mil bpd, a 100,1 milhões de bpd. Apenas para a produção da Rússia, a agência aumentou sua previsão para 2022 em 240 mil bpd, a 10,61 milhões de bpd. No caso da oferta geral do próximo ano, a projeção foi mantida em 101,1 milhões de bpd.
Para a oferta fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que ontem divulgou seu próprio relatório, a AIE elevou sua projeção para este ano em 200 mil bpd, a 65,5 milhões de bpd, mas reiterou a de 2023, em 65,6 milhões.
De acordo com a AIE, a oferta mundial de petróleo teve expansão de 690 mil bpd em junho, a 99,46 milhões de bpd, graças ao resultado melhor do que o esperado da Rússia.
Estoques globais
Os estoques globais de petróleo seguem em níveis “criticamente” baixos, com avanços recentes concentrados na China, onde as refinarias reduziram as atividades devido à queda na demanda em meio a lockdowns motivados por surtos de covid-19, alertou a AIE no relatório mensal publicado nesta quarta-feira.
A agência diz que os estoques de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) se recuperaram um pouco, graças a liberações significativas de estoques por governos, mas continuam quase 300 milhões de barris abaixo da média dos últimos cinco anos.
No documento, a entidade com sede em Paris também defende “forte intervenção” de políticas sobre o uso de energia para que a recuperação econômica global não fique ameaçada. Fonte: Dow Jones Newswires.