A 40ª edição da Fimec (Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes) surpreendeu positivamente representantes do setor coureiro. Realizado entre os dias 15 e 17 de março na Fenac, em Novo Hamburgo/RS, o evento que reuniu toda a cadeia do couro e do calçado criou um ambiente de negócios classificado como ‘muito bom’ pelos curtumes expositores.

Diretor do Arte da Pele, Luiz Estevão Bocchi encerrou participação na feira satisfeito. “Tivemos significativa visitação. Apesar do difícil momento político e econômico, a circulação de compradores interessados foi superior a do ano passado em nosso estande”, destaca.

Mesma impressão teve Júlio Pimenta, da Couroquímica. “Atendemos muita gente e, inclusive, tivemos expressivo número de pedidos de amostras, sobretudo de países latino-americanos, com destaque para Uruguai, Argentina e Equador”, comenta.

Além de perceber a intensificação da presença de empresas de nações vizinhas, o gerente comercial do Curtume CBR, Ramon Petter, também notou aumento na visitação de empresas brasileiras na feira. “A Fimec é uma vitrine para os curtumes. Expusemos para os latinos em busca de um couro competitivo de qualidade e também para marcas calçadistas conceituadas do Brasil. Foi uma edição bastante proveitosa”, resume.

Nikolas Fuga, do Fuga Couros, lembra que o curtume participa há mais de 20 anos da Fimec. “Participamos sistematicamente porque acreditamos ser um evento que promove importantes encontros e reencontros no mercado”, diz.

Convidada do Projeto Comprador da Abrameq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins), Adriana Rios Vasquez, do Centro de Innovación Tecnológica del Cuero, Calzado e Industrias Conexas do Peru veio ao Brasil em busca de soluções para os curtumes e fábricas calçadistas locais.

“O Brasil é referência. Temos, no Peru, 3700 fabricantes de calçados formais. Cinquenta por cento deles usam couro, mas os curtumes peruanos ainda não conseguem produzir peles ‘plena flor’ como o Brasil já o faz, por exemplo”, conta. “A Fimec sempre apresenta novidades, inovações, portanto participar do evento é uma forma de nos atualizarmos”, garante.

A Fimec é conhecida por agrupar expositores dos ramos de peles, máquinas, calçados, químicos e componentes de todo o Brasil.

Meeting CICB de Produtividade

Paralelo à 40ª Fimec, foi realizado, na manhã do dia 16 de março, também na Fenac, o Meeting CICB de Produtividade. Encontro organizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, o evento teve apoio de Aicsul (Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul) e Abqtic (Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro).

Um público focado à busca por soluções tecnológicas e modelos de gestão capazes de aumentar a produtividade das fabricantes de couros, calçados e artefatos assistiu a duas palestras especiais.

A primeira delas, ministrada pelo sócio da McKinsey & Company, Pedro Guimarães abordou a temática ‘Alavancas e Programas de Desenvolvimento Econômico para o Brasil’.

Conforme Guimarães, para crescer economicamente as empresas precisam melhorar seus indicadores de produtividade. Para tanto, devem seguir alguns passos, dentre eles: ampliar a produtividade dos fornecedores; desenvolver produtos avaliando o impacto na produtividade; reduzir fontes de complexidade nos produtos e aumentar produtividade de sua manufatura.

Antonio Mejias, da área de desenvolvimento de negócios globais do mercado de couro automotivo da Lectra, foi o segundo palestrante do encontro. Mejias falou sobre “Os Benefícios da Digitalização na Cadeia Produtiva do Couro”.

Segundo o executivo, implementar sistemas digitais na indústria usuária de couros e peles é uma forma eficiente de evitar desperdícios e otimizar a produção. No Meeting, Mejias salientou, entretanto, a necessidade de introduzir tal tecnologia com suporte de consultores. O encontro, prestigiado por mais de 100 pessoas, terá sua segunda edição no ano que vem. Fonte: Ascom