Após o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar que o ciclo de aperto monetário não acabou, a curva de juros passou a embutir mais prêmio, apontando mais altas da Selic este ano e praticamente apagando a chance de cortes este ano e diminuindo as redução no ano que vem. A Selic foi elevada ontem de 11,75% para 12,75% ao ano e o Banco Central informou que para a reunião de junho “antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude”.

A precificação para Selic no fim deste ano está em 13,36%, de 13,18% ontem, e para 2023, em 11,61%, de 11,40% ontem, segundo cálculos do Banco Mizuho do Brasil. O relatório Focus aponta Selic em 13,25% em 2022 e em 9,25% no ano que vem.

“O mercado está estendendo o ciclo de aperto monetário depois de o Copom não ter encerrado o ciclo e dito que uma alta de menor magnitude é provável”, diz o estrategista-chefe da instituição, Luciano Rostagno, que prevê agora um aumento de 50 pontos-base da Selic em junho, com Selic terminal em 13,25%.

Para junho, a curva de juro a termo precifica nesta manhã 80% de chance de alta de 50 pontos-base (de 68% ontem) e 20% para um aumento de 25 p.b. (de 32%).

Para agosto o saldo total de aumento segue em 15 pontos. Para setembro, há 3 pontos totais de alta (de queda de 1 ponto ontem); para outubro há 1 ponto (de -3) e para dezembro ainda há precificação de 2 pontos de corte, de -11 pontos ontem.