A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) finalizou, no mês passado, o primeiro censo sobre pecuária intensiva, setor que até então sofria com a carência de informações. Nesse primeiro levantamento foram registrados 1.348 confinadores no País, número que deve chegar a pelo menos dois mil, de acordo com Bruno Andrade, gerente executivo da entidade. “Estamos tentando encontrar todos para ampliar nosso banco de dados”, diz Andrade. “Por isso, vamos repetir o censo todos os anos.” Além do contato e endereço da propriedade de cada pecuarista, a Assocon aproveitou a pesquisa para enviar aos fazendeiros um questionário com 50 questões relativas à atividade. “Queremos saber como os confinadores gerenciam a propriedade e entender os principais problemas do setor”, diz Andrade. Entre os problemas encontrados, a Assocon destacou a falta de gerenciamento da propriedade em quase a metade dos entrevistados. Ou seja, boa parte dos confinadores não possui qualquer software ou planilha sobre o andamento da atividade, o volume de alimento usado na dieta do gado, o tempo de engorda e os medicamentos aplicados, entre outras informações. “O sistema de confinamento emprega muita tecnologia nos seus processos”, afirma Andrade. “Por isso, um produtor que não gerencia sua propriedade não tem noção dos ganhos ou perdas da fazenda.”

No condomínio agropecuário Ceolin, localizado em São Desidério, na Bahia, a cerca de 900 quilômetros de Salvador, o confinamento é a atividade principal. Na procriar uma base de informações sobre os rebanhos adquiridos, capaz de indicar o perfil ideal de animais para a propriedade. “Informatizar a pecuária intensiva é uma necessidade. Demoramos um pouco para iniciar o processo”, diz Baiard Moreira, gerente de pecuária da Ceolin. “Agora está tudo certo, e no primeiro semestre de 2013 vamos instalar os softwares.” Outro ponto que surpreendeu a Assocon é a concentração do rebanho de gado confinado na mão de poucos produtores. Neste ano, a previsão é de que o volume de animais no sistema fique na casa dos 3,8 milhões. Desse total, metade é criado por apenas 7% dos 770 confinadores que pretendiam engordar gado este ano. “Mas essa concentração não é ruim”, diz Andrade. “Há grandes empresas agropecuárias no setor que podem ajudar no desenvolvimento da atitividade.”

Outra informação importante obtida pela Assocon a distribuição das unidades confinadoras. O crescimento dos confinamentos em Mato Grosso e Rondônia tem sido acelerado. Nos Estados do Centro-Oeste, o número de confinadores cresceu 80% desde 2010, passando de 73 unidades para mais de 130 unidades. “Em breve Mato Grosso deve ultrapassar Goiás e se transformar no maior Estado confinador do País”, diz Andrade. No mesmo período, Goiás amargou uma redução de 15%, e deve fechar 2012 com 234 estabelecimentos confinadores. Em Rondônia, com uma das pecuárias mais tecnificadas do País, os números são bem menores, mas a evolução é animadora. O censo registrou 12 fazendas de confinamento, contra nove em 2010.