De acordo com a Cetip, maior depositária de títulos privados da América Latina, responsável pelo registro, depósito e liquidação financeira de mais de 60 tipos de títulos privados, dentre eles o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), esse mercado vem se firmando como uma opção. Embora ainda pouco difundido no Brasil, a opção pelo título de renda fixa começou a entrar no radar dos investidores mais antenados, além de ter se tornado a saída para as empresas do agronegócio para driblar os juros altos e a escassez de linhas de crédito.

A captação de recursos por meio do CRA de janeiro a setembro de 2015 atingiu cerca de R$ 2,8 bilhões, volume que já é 65% maior do que o total captado pelo instrumento em 2014 inteiro.  No fechamento de setembro de 2015, havia R$ 4,7 bilhões em recursos tomados por empresas por meio do CRA no País (ou seja, CRAs vigentes, que ainda não venceram) , versus R$ 1,1 bilhão em janeiro de 2014.

Segundo a Cetip, a utilização do CRA por empresas da cadeia do agronegócio tem aumentado progressivamente. Recentemente, houve grandes emissões de empresas como Fibria, Nufarm, Raízen, Copersucar, entre outras, mas há também emissões realizadas por players menores.

Entre os fatores que influenciam o crescimento do CRA estão o encarecimento do crédito tradicional (concedido por bancos privados) e também a redução de recursos disponíveis no BNDES, que levam à busca por instrumentos alternativos de captação de recursos.

Um diferencial importante que favorece o interesse pelo CRA é a isenção de imposto de renda para o investidor pessoa física. Em comparação com emitir uma debênture, por exemplo, o CRA pode ser mais vantajoso, já que a remuneração a ser paga pode ser menor e ainda assim atrair os investidores, que receberão as taxas de rendimentos livre de imposto de renda.

Atualmente, está em discussão a possibilidade de os CRAs terem rendimento indexado ao dólar, o que, entre outros pontos, poderia favorecer a entrada de investidores estrangeiros no financiamento deste setor. Fonte: Ascom.