O Santander decidiu partir para a disputa no mundo de investimentos com rivais como o BTG Pactual e a XP. O banco vai contratar 1,2 mil agentes de investimento e 100 operadores de mercado até abril de 2023 para aumentar a relevância da Santander Corretora no mercado. Porém, diferentemente da concorrência, a instituição decidiu que quer atraí-los com carteira assinada e a garantia de uma carteira de cem clientes para os selecionados.

“A ideia é que eles não empreendam do zero. Eles vão iniciar o negócio recebendo cem clientes cada e não terão teto salarial. A remuneração será de acordo com a performance”, afirma Luciane Effting, superintendente executiva de investimentos do Santander Brasil.

Segundo a executiva, essa é a primeira fase de um plano agressivo de expansão do Santander na área. Por ora, o foco será nos clientes mais endinheirados. A ideia do banco é que a primeira carteira fornecida aos agentes de investimento seja de clientes com patrimônio de pelo menos R$ 300 mil. Além disso, mais de 200 agências do Santander Select, direcionadas para o público premium, estarão disponíveis para os agentes trabalharem presencialmente.

A corretora Toro, que pertence ao banco, seguirá independente e não fará parte dessa expansão do Santander em investimentos.

Para Cláudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas, o maior desafio será mostrar que os agentes do banco serão independentes na recomendação de produtos. “XP e o BTG conseguiram dar uma imagem de maior independência dos agentes autônomos, que recomendam aqueles melhores produtos para os clientes que podem ser ou não criados pelas instituições. O Santander precisará mostrar que seguirá por esse caminho”, diz a professora.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.