10/06/2022 - 17:11
Devido ao difícil acesso entre a região oeste do Amazonas e a capital, Manaus, a Defensoria Pública da União (DPU) cobra do governo federal a instalação de um gabinete de crise na região. Foi lá, próximo à fronteira com o Peru, onde Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram na manhã do último domingo, 5. Até o momento, as autoridades não confirmaram o paradeiro do indigenista brasileiro e do jornalista britânico. Eles faziam uma expedição no Vale do Javari, perto do município de Atalaia do Norte.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, a DPU afirma que é fundamental a presença de, no mínimo, um representante da Equipe de Vigilância da União Indígena do Vale do Javari (Unijava), em cada embarcação envolvida nas buscas, pois “os povos indígenas do Vale do Javari possuem um maior conhecimento empírico de toda a região”.
O único suspeito preso até agora é Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”. Na lancha onde ele foi detido, foram encontrados vestígios de sangue encaminhados para perícia na capital amazonense. Bruno já trabalhou na Funai e entende ao menos quatro das várias línguas indígenas das etnias locais.
Dom, que é colaborador no Brasil do jornal inglês The Guardian, também já conhecia a Floresta Amazônica e é casado com uma brasileira. Os dois eram monitorados pela Unijava, que registrou o mais recente sinal telefônico da dupla na manhã do domingo.
Leia a nota divulgada pela DPU na íntegra:
A Defensoria Pública da União (DPU) pediu a criação de um gabinete de crise para articulação dos atores governamentais envolvidos nas buscas pelo indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e pelo jornalista britânico Dom Philips. A sala de situação deve ser instaurada em Atalaia do Norte (AM), que concentra os trabalhos de busca dos dois desaparecidos desde o último domingo (5).
A solicitação está em ofício encaminhado para a Polícia Federal nesta sexta-feira (10). A sala de situação, de acordo com a DPU, deve reunir os órgãos, no mínimo, uma vez por dia, com o objetivo de informar como foram as buscas e alinhar estratégias de atuação. Devem estar presentes:
O Exército Brasileiro;
A Marinha do Brasil;
A Polícia Federal;
O 8ª Batalhão da Polícia Militar de Tabatinga;
O Batalhão Ambiental da Polícia Militar;
A Polícia Civil de Tabatinga, o Corpo de Bombeiros;
A Fundação Nacional do Índio (FUNAI);
A Defesa Civil;
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
A instituição também aponta como fundamental a presença de “no mínimo, um indígena da Equipe de Vigilância da UNIVAJA (EVU)”, em cada embarcação envolvida nas buscas, já que “os povos indígenas do Vale do Javari possuem um maior conhecimento empírico de toda a região, assim, é muito importante que acompanhem as buscas com as autoridades”.
Reforço nas buscas
Na quarta-feira (8), a Justiça atendeu pedido da DPU e da Univaja e determinou que o Governo Federal efetivasse imediatamente a viabilização de reforços para auxiliar no resgate do jornalista e do indigenista. As instituições cobraram o uso de helicópteros, embarcações e equipes de buscas da Polícia Federal, das Forças de Segurança ou das Forças Armadas (Comando Militar da Amazônia).
Assessoria de Comunicação Social