A projeção da INTL FCStone para o déficit global de açúcar na safra 2014/2015 deve atingir 2,11 milhões de toneladas. O número estimado pela consultoria representa a variação entre a produção mundial do adoçante na safra 2014/2015, que deve registar 178,93 milhões de toneladas, e a demanda somada às perdas, 181,04 MT.

O saldo representa apenas 56% do aumento médio nos estoques ao longo dos últimos quatro anos e 10,6% da elevação total nos estoques no período. ‘Em termos de relação estoques/uso, as reservas finais devem equivaler a 32,2% da demanda. O valor é 1,9 pontos percentuais maior que o final da temporada passada, se equiparando ao final da safra 2012/2013’, disse a consultoria em relatório.

Tanto no Centro-Sul como no Norte-Nordeste do Brasil, o investimento no setor se estagnou e a muitas unidades deixaram de operar nas últimas duas safras, diminuindo a capacidade produtiva. Estes fatores contribuíram para diminuir o volume de moagem e de ATR total (Açúcar Total Recuperável).

Ao mesmo tempo, a demanda por etanol continua aumentando, o que diminuiu o mix açucareiro e contribuiu para reduzir ainda mais a produção de adoçante do país, que diminuiu continuamente seu market-share no mercado global. No total da safra-mundo 2014/2015, a produção de adoçante pela região Centro-Sul do Brasil deve cair 4% (tel quel) em relação à temporada anterior, enquanto a produção esperada para a região Norte-Nordeste é de 3,41 MT, apenas 0,3% abaixo da produção da temporada passada.

O volume desta última região, porém, é 18% inferior a 2012/2013 e 26% inferior a 2011/2012. ‘A crise de endividamento e baixa lucratividade também afeta as plantas da região, que dependem mais do mercado de açúcar que as empresas do Centro-Sul’, explica.