Depois de permanecerem fechadas por três dias, as passarelas das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, próximas às quedas d’água, foram reabertas no sábado, 15, após a realização de vistoria. Na quarta-feira passada, 12, quando o volume de água bateu a marca de 11 milhões de litros por segundo, quase sete vezes acima da média, o Parque Nacional do Iguaçu decidiu interditar o trajeto de acesso à Garganta do Diabo.

As cataratas – do lado argentino e brasileiro – são famosas por terem o título de o maior conjunto de quedas d’água do mundo. O grande volume de chuva que atingiu a região nos últimos dias assustou, mas ao mesmo tempo proporcionou imagens deslumbrantes das paisagens.

De acordo com a Metsul, a cheia do Rio Iguaçu aumentou a vazão das Cataratas a níveis raramente vistos nos últimos anos. Na quinta-feira, 13, a vazão de água bateu novo recorde e chegou a 16,5 milhões de litros por segundo. No dia anterior, a vazão de água chegou a 13,7 milhões de litros por segundo. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que faz o monitoramento do fluxo de água na região, o volume considerado normal é de 1,5 milhão de litros de água por segundo.

Segundo a MetSul, esta é considerada a segunda maior vazão das quedas desde o início da medição feita pela Copel. Em 2014, foram mais de 47 milhões de litros por segundo, informou a companhia. Em volume menor, em junho deste ano, o fluxo havia alcançado 10,4 milhões de litros por segundo.

Já o pior período de seca ocorreu em maio de 1978, quando foi registrada vazão de 114 mil litros de água por segundo. Conforme a MetSul, as medições antes de 1997, quando a Copel deu início a sua série histórica, eram feitas por outros órgãos com dados existentes desde 1949.

Chuvas deixam ao menos cinco mortos no Paraná

A Defesa Civil confirma que cinco pessoas morreram em razão das fortes chuvas, entre elas duas crianças. Elas tinham desaparecido em Pato Branco, após o carro em que estavam ser levado por uma corrente de água. Uma pessoa permanece desaparecida.

Na sexta-feira, 14, o governador em exercício Darci Piana decretou situação de emergência nas regiões oeste, sudoeste, centro-sul e sudeste do estado.

De acordo com o governo do Paraná, até o momento, 14,8 mil pessoas foram diretamente afetadas. Deste total, 96 permanecem desalojadas e 80 estão desabrigadas. Ao menos, 1,4 mil casas foram danificadas em diversas regiões do Estado.

Desde segunda-feira, 10, a Defesa Civil alerta sobre a possibilidade de chuvas intensas, principalmente no oeste e sudoeste do Estado. Conforme último balanço divulgado até sábado, 15, ao menos 35 municípios foram atingidos por eventos severos que incluíram enxurradas e alagamentos.

As cidades mais afetadas são: Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Vitorino, São Miguel do Iguaçu, Santa Izabel do Oeste e Pato Branco.

As chuvas também provocaram o deslizamento de pedras na BR 277, em Morretes. A ocorrência provocou o bloqueio de um trecho de um quilômetro da pista sentido do litoral, com desvio do tráfego para uma das faixas no sentido de Curitiba. Ainda há risco de deslizamentos.