Por um placar de 16 votos a oito, o deputado Roberto Cidade (PV) foi eleito nesta quinta-feira, 3, para presidir a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) pelos próximos dois anos. A votação aconteceu após a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que alterou as regras para eleição da Mesa Diretora da Casa e permitiu adiantar a escolha – até então pautada para a última reunião ordinária do ano.

Os deputados Abdala Fraxe (Podemos), Alessandra Campelo (MDB), Joana Darc (PL) e Saullo Vianna (PTB) votaram contra a PEC sob alegação de que a proposta tramitou na Comissão de Constituição minutos antes de ser aprovada e de que o presidente eleito tentou comprar votos dos colegas.

“O deputado Roberto Cidade foi atrás de comprar votos dos colegas deputados estaduais. E eu digo o valor, porque ele não chegou a falar comigo, mas aqui todo mundo fica sabendo das coisas. O voto era R$ 200 mil”, acusou na tribuna a deputada estadual Joana Darc.

Nos bastidores, a avaliação de uma parcela da base governista é a de que a PEC foi aprovada e a votação adiantada para dar início ao processo de impeachment do governador Wilson Lima (PSC), investigado sob suspeita de fraude na compra de R$ 2,9 milhões em respiradores no contexto da pandemia de covid-19. Em agosto, um pedido para cassar o mandato do governador foi arquivado pelos deputados.

O grupo que comandará o Poder Legislativo do Amazonas nos próximos dois anos é composto pelos deputados Roberto Cidade (PV) (presidente); Josué Neto (PRTB) 1° vice-presidente; Mayara Pinheiro Reis (PP) 2° vice-presidente; Adjuto Afonso (PDT) 3° vice-presidente; Delegado Péricles (PSL) secretário-geral; Álvaro Campelo (PP) 1° secretário; Sinesio Campos (PT 2° vice-secretário; Fausto Júnior (PRTB) 3° vice-secretário; Felipe Souza (Patriota), ouvidor; e Therezinha Ruiz (PSDB), corregedora.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO ROBERTO CIDADE

A reportagem entrou em contato com o deputado Roberto Cidade e aguada resposta. O espaço está aberto para manifestação.