Brasília, 8 – O valor desembolsado para o Plano Safra 2023/24, iniciado em julho, somou R$ 101 bilhões nos dois primeiros meses do ano-safra, 10% mais que em igual período da temporada passada, informou o Ministério da Agricultura, em nota. Do montante, os financiamentos de custeio representaram R$ 64,3 bilhões. Outros R$ 12,1 bilhões foram concedidos em linhas de investimento.

As operações de comercialização somaram R$ 11,8 bilhões, enquanto as de industrialização atingiram R$ 12,7 bilhões. Os dados, segundo a pasta, são do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural.

De acordo com a análise da Secretaria de Política Agrícola do ministério, 385.487 contratos foram firmados até agosto, sendo 269.587 referentes ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), 62.058 no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural(Pronamp) e 53.842 contratos firmados para demais produtores.

Os pequenos produtores financiaram R$ 13,8 bilhões por meio do Pronaf nas modalidades de custeio, investimento, comercialização e industrialização. Os médios produtores contrataram R$ 17,5 bilhões do valor desembolsado no período, por meio do Pronamp. Os demais produtores acessaram R$ 69,6 bilhões em financiamentos liberados no Plano Safra 2023/24 em julho e agosto.

Entre os financiamentos para investimento, o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro) somou R$ 287 milhões em contratações, aumento de 33% ante igual período do ano-safra anterior. Em relação às fontes de recursos do crédito rural, os recursos livres equalizáveis se destacaram nas contratações de julho e agosto, com R$ 4,2 bilhões – aumento de 94% na comparação entre as safras. “Sinalizando uma maior utilização de recursos das instituições financeiras colocadas à disposição para equalização dentro do Plano Safra”, observou a pasta.

Na nota, o diretor de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, afirmou que avalia que a “interrupção na contratação das operações de crédito rural, em algumas linhas do BNDES, deverá ser superada” com a autorização para as instituições financeiras anteciparem a programação da aplicação trimestral de recursos equalizados.