Rio, 3 – A agropecuária e a indústria extrativa foram os principais destaques negativos do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2024, segundo a coordenadora das Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. Ela explicou que, apesar de a extração de petróleo ter crescido, ficou abaixo da observada no primeiro trimestre de 2024. Já a agropecuária foi afetada por uma safra menor de soja.

Segundo Palis, as paradas de manutenção nas plataformas de petróleo, medida rotineira das petroleiras, foram responsáveis pela menor extração da commodity no período.

“Na extrativa, atualmente, o que está pesando é a extração de petróleo. Algumas paradas de manutenção, e também está acontecendo o esgotamento natural dos campos mais maduros. Afetou um pouco a extração do petróleo”, explicou Palis. “Teve crescimento, mas foi bem mais baixo do que no trimestre anterior, por isso a taxa negativa em relação ao primeiro trimestre do ano”, disse.

Queda da agropecuária na comparação com 2º trimestre de 2023

A coordenadora das contas nacionais do IBGE disse ainda que o recuo de 2,9% no PIB da agropecuária no segundo trimestre de 2024 ante igual período de 2023 se deve às quedas de produção de soja (-4,3%) e milho (-10,3%).

De acordo com a especialista, para além da base de comparação elevada com 2023, o setor também foi afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Segundo Palis, o número geral do setor no segundo trimestre só não foi pior graças a alta nas produções de algodão (+10,8%) e café (+6,6%), graças à lógica de bianualidade da colheita, que alterna safras maiores e menores.

O PIB da agropecuária foi divulgado nesta terça-feira pelo IBGE junto aos resultados das contas nacionais de abril a junho. Já os porcentuais sobre a produção dos gêneros vêm do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em agosto.