01/09/2010 - 0:00
Velho Oeste: em cenários de cinema é possível experimentar a beleza e também dureza da lida nos ranchos norteamericanos
O silêncio do amanhecer é rompido pelos relinchos dos cavalos que vêm das cocheiras. Sinal de que a lida vai começar. É hora de pular da cama e entrar na rotina dos rancheiros: tirar os animais da baia, escovar, encilhar, arrumar a “tralha” de trabalho e partir para o campo. Em outro ponto da propriedade é preciso vacinar o gado, fazer curativos, laçar o bezerro mais afoito que teima em fugir. A tarefa é exigente e requer experiência, mas apenas para um legítimo cowboy, este personagem que se tornou um ícone norte-americano e foi perpetuado nos filmes que retratam o Velho Oeste.
Entrar neste universo, nem que seja por um dia, é possível. Há mais de 100 anos o estilo de vida nos ranchos virou um atraente negócio em países como Estados Unidos, Canadá e Austrália. E oportunidade para turistas do mundo inteiro viverem seu “dia de cowboy”.
Localizados em regiões com lindas paisagens, a maioria dos ranchos possui selecionado plantel de cavalos e centenas de cabeças de gado. Muitos estão abertos durante todo o ano, outros, onde a atividade com o gado é a principal atração, atendem somente em meses específicos.
“A maioria dos ranchos está apta a receber desde gente que nunca montou a cavaleiros experientes para jornadas diárias que vão de três a seis horas”, avisa Paulo Junqueira, da Cavalgadas Brasil, empresa que tem levado turistas de vários países para aventuras como esta.
O Prince Canyon Ranch é uma das opções. Localizado no sul do Arizona e construído no final do século XIX, fica a 1.650 metros de altitude, proporcionando uma bela vista de vales e campos cercados por altas montanhas. As atividades com o gado incluem triagem dos bovinos, laço e team penning. As cavalgadas percorrem 33.000 hectares da propriedade.
O Estado do Colorado apresenta variadas opções para um típico “dia de cowboy”, entre eles o Colorado Cattle Ranch, localizado na região nordeste, numa área de 7.000 acres onde pastam mais de mil cabeças de gado e cerca de uma centena de cavalos. É o destino certo para quem quer aprender a fazer marcação e vacinação no gado, laçar, apartar e participar de divertidas competições.
O Cowboy School é outra opção de lazer com aprendizagem. Distante duas horas de Denver e localizado no Parque Pawnee National Grasslands, o rancho tem um programa de ensino e por isso é o lugar perfeito para quem quer melhorar suas habilidades de equitação, aprender a lidar com gado e a usar uma corda. As aulas incluem laço, penning em equipe, apartação, controle do gado e tambor, entre outras atividades. A única restrição da Cowboy School é que crianças não são aceitas.
No Estado de Montana, uma das opções é o Bonanza Creek localizado no centro-sul do Estado, entre as montanhas Crazy e Castle e um pouco acima do famoso Yellowstone National Park. O rancho faz parte da Fazenda Voldseth, que há mais de 100 anos se dedica à criação de gado numa área de 25 mil hectares. Montando quarto-demilha e mustangs, os visitantes têm entre as opções mover o gado pelas imensas pastagens ou cavalgar através de pradarias ao longo de encostas arborizadas e lagos deslumbrantes.
Quem já assistiu a Robert Redford no filme O encantador de cavalos pode viver a mesma emoção, se o destino escolhido for o Ricking Z, localizado a meia hora de carro de Helena, no sopé das Montanhas Rochosas. Foi na região que nasceu o conceito do horsemanship, o método que mudou o jeito de domar e a relação homem X cavalo. Há quatro gerações pertence à família de Zack e Patty Wirth. Nas suas cocheiras desfilam quartos-de-milha, appaloosas, paint horse, mustangs e belgas. Lá, é você quem encilha o animal, e a atividade mais apreciada são as cavalgadas pelos belos vales de Montana ou subidas às Montanhas Rochosas.
QUEM LEVA?
Cavalgadas Brasil
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