07/04/2021 - 14:38
O presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT-PI), afirmou que o risco de o Brasil ter poucas doses de vacinas contra a covid-19 disponíveis em abril é grande. Ele avalia que esse quadro se tornaria um “desastre” se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovar, nos próximos dias, a importação e o uso emergencial do imunizante russo Sputnik V, do qual o grupo de governadores da região contratou 37 milhões de doses e o governo federal, outras 10 milhões.
Segundo o governador do Piauí, que falou na terça-feira, 6, à imprensa após quatro horas de reunião com o diretor-presidente da autoridade sanitária, Antonio Barra Torres, houve a sinalização de que será possível a Anvisa separar o pedido de uso emergencial da vacina feito pelo laboratório brasileiro União Química da solicitação do Consórcio Nordeste e mais três Estados de autorização excepcional de importação das doses.
“Ficou claro o caminho que temos que trilhar, inclusive para não perder vacinas”, sustentou Dias. Ele alertou que a entrega dos primeiros 2 milhões de doses está prevista para a segunda quinzena de abril, mas alertou sobre como a Rússia só aceita começar a exportar o imunizante se tiver garantia de sua aplicação imediata no país de destino.
Dias lembrou, ainda, do prazo previsto em lei de sete dias úteis ou nove dias corridos para a Anvisa analisar um pedido de importação de uma vacina cuja aplicação já seja autorizada por determinadas autoridades sanitárias estrangeiras. No entanto, a agência apontou em nota que, para a conclusão da avaliação de importação, a lei pede a apresentação do relatório técnico da avaliação das vacinas contra a covid-19, emitido ou publicado pelas autoridades sanitárias internacionais, “o que ainda não foi apresentado”.
A Anvisa também afirmou que vai buscar de forma “proativa” informações que permitam superar aspectos técnicos que faltam no pedido de importação da Sputnik V pelos Estados. “As ações da Anvisa incluem a busca de informações junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Agência Europeia de Medicamentos (EMEA)”, relata a autoridade. “A diretoria ainda ressaltou aos governadores que o processo de importação excepcional é mais simples do que a avaliação para o uso emergencial ou para o registro de uma vacina.”