Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Pablo Hernández de Cos reforçou, nesta segunda-feira, 10, a disposição da autoridade monetária em agir rapidamente para assegurar a estabilidade financeira e de preços, caso necessário. Os comentários foram feitos durante evento promovido pelo Brookings Institution, no contexto de tensões no setor bancário que inspiraram uma rápida resposta de reguladores na Europa e nos Estados Unidos.

De Cos, que preside o Banco da Espanha, ressaltou que os bancos europeus, no geral, estão “resilientes” e dispõem de altos níveis de capitalização. Segundo ele, os efeitos das turbulências recentes foram contidos até o momento.

“Temos a avaliação forte de que liquidez e posição de capitais de nossos bancos são robustas e, portanto, podemos esperar que o impacto seja relativamente leve”, destacou ele.

Ainda assim, o dirigente alertou que um eventual agravamento do quadro reduziria a disponibilidade de crédito, o que teria efeitos negativos para a atividade econômica e os preços.

De acordo com ele, todos esses riscos serão levados em consideração nas próximas decisões de juros do BCE.

Núcleo da inflação

Conforme previsão do dirigente do BCE, os preços de energia e alimentos devem continuar em baixa nos próximos meses na zona do euro, mas o núcleo da inflação permanecerá elevado ao longo deste ano.

Durante o evento, de Cos explicou que as pressões inflacionárias ainda estão em processo de disseminação no bloco da moeda comum, apesar de sinais de estabilização em alguns componentes.

Segundo ele, caso o cenário projetado se materialize, o BCE ainda terá muito trabalho a ser feito para assegurar a estabilidade de preços. “Próximas decisões dependerão da maneira como os riscos vão evoluir, inclusive no setor bancário”, disse.