Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker defendeu que a instituição caminhe “de modo metódico para uma postura claramente restritiva” na política monetária. Em entrevista à Bloomberg em Jackson Hole, onde ocorre simpósio do Fed, o dirigente afirmou que o BC subirá os juros e que estes serão mantidos nesse nível “por um tempo”, que ele disse não ser possível estimar agora.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Harker disse que está bastante focado nos indicadores para traçar as próximas decisões do Fed. Ele afirmou estar especialmente atento ao núcleo da inflação, já que o índice cheio é afetado por questões como a guerra na Ucrânia e seus impactos na energia.

Harker enfatizou o compromisso do Fed para controlar a inflação. Ele argumentou que é positivo que o processo de aperto monetário ocorre em um contexto de economia “boa”, com mercado de trabalho “incrivelmente forte”. Questionado sobre o risco de recessão, o dirigente disse que este não é seu cenário-base neste momento, mas que se ela ocorrer seria “leve”, não profunda nem duradoura. De qualquer modo, ele comentou também que uma recessão seria algo “possível”, conforme o Fed eleva os juros.

O presidente do Fed da Filadélfia argumentou que o mais importante agora é que a inflação recue “de modo consistente” rumo à meta de 2%. Ele disse que a inflação neste momento está “muito disseminada”.

Para o dirigente, os juros nos EUA devem ser elevados para “3,4%, 3,5%” e então ficarem nessa faixa. E argumentou que o juro neutro “certamente é superior” a 3%, além de enfatizar a importância de que as expectativas de inflação não fiquem elevadas no país.

Harker disse que não é preciso haver uma grande alta no desemprego para controlar a inflação. A tarefa do Fed agora é achar esse equilíbrio fino para conter os preços sem prejudicar em demasia o mercado de trabalho, considerou.