06/02/2023 - 12:37
As dívidas aumentaram para 43% dos consumidores inadimplentes no segundo semestre de 2022, de acordo com a Pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista. No mesmo período de 2021, a alta havia sido de 33% e, no primeiro semestre do ano passado, de 40%.
Os que se consideram muito endividados chegaram a 42%, ante 32% no mesmo período de 2021 e 37% no semestre imediatamente anterior. Cerca de 7 em cada 10 possuem mais de três contas em atraso, contra 63% no semestre anterior e 62% no mesmo semestre de 2021. São 87% com o nome negativado há mais de 90 dias.
Entre os inadimplentes, 68% compõem as classes D e E, enquanto 85% são economicamente ativos e 35% têm entre 18 e 30 anos. Mulheres são a maioria (56%). O desemprego é o principal motivo para que o consumidor deixe de honrar pagamentos – a justificativa foi usada por 30% dos entrevistados. A diminuição da renda é citada como razão para a inadimplência para 26%.
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“Apesar do desemprego ter sido citado como a principal causa da inadimplência, de modo geral, o mercado de trabalho melhorou pouco a pouco no 2º semestre de 2022. Segundo os últimos dados divulgados pelo IBGE, em novembro de 2022 a taxa de desemprego estava na marca de 8,1%. Um ano antes, em novembro de 2021, a taxa era de 11,6%. Nesse intervalo de 12 meses, de acordo com o órgão, pouco mais de 4,8 milhões de empregos foram gerados”, explica em nota Flavio Calife, economista da Boa Vista.
A pesquisa mostra, ainda, que 27% dos consumidores estão inadimplentes em razão do não pagamento do cartão de crédito, em seguida vem o cartão de loja, com 12% Outros 29% tiveram o nome negativado devido à falta de pagamento de boletos bancários.
“Essa piora na situação financeira do consumidor já era esperada. Vimos desde o início do ano que algumas linhas de crédito muito mais caras estavam crescendo de forma expressiva, como o cartão de crédito parcelado e o rotativo, então não chega a ser uma surpresa o cartão de crédito ter sido apontado por muitos consumidores”, comenta Calife.
A pesquisa foi feita por meio de mais de 1,5 mil entrevistas online com consumidores de todo o Brasil. A margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.