Após atingir a maior valorização frente ao real desde julho de 2022, ao fechar na véspera cotado a R$ 5,4521 no segmento à vista, o dólar arrefeceu na abertura dos negócios desta quarta-feira, 4. O exterior positivo neste início de manhã, com a divisa dos Estados Unidos em queda, dava espaço para moedas fortes e de países emergentes pares do real se valorizarem.

No entanto, os olhares dos investidores seguirão firmes para atos e declarações de integrantes do novo governo, assim como ocorreu nesses primeiros dias do ano. A cautela com as incertezas sobre a política econômica no novo governo prevaleceu e o dólar atingiu máxima a R$ 5,4689 subindo 0,31% no segmento à vista. Por volta das 9h10, oscilava em torno da estabilidade, voltando à cotação de R$ 5,4525, com alta de 0,02%. No futuro, com vencimento em fevereiro, o recuo é de 0,43%, a R$ 5,4830.

“Estão em risco reformas que contribuíram para melhora do ambiente de negócios, como a trabalhista, o novo marco do saneamento, e para a recuperação das contas públicas, como o Teto de Gastos e a reforma da previdência. Sem contar a guinada na gestão da Petrobras que poderá prejudicar sua saúde financeira. Desta forma, os prêmios de risco continuam elevados por conta do risco do retrocesso econômico a ser implementado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, avaliam analistas da LCA Consultores em relatório..

Lula, inclusive, vai à cerimônia de transmissão de cargo do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A solenidade está marcada para começar às 11h no Palácio do Planalto. O presidente também recebe para uma reunião o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No exterior, O índice DXY, que mede a variação do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, apontava queda e, às 9h16, oscilava na marca de 104.069 pontos em baixa de 0,43%. Com o enfraquecimento da divisa dos Estados Unidos, moedas de emergentes encontravam espaço para se valorizar. O movimento de recuo do dólar ia na mesma direção dos contratos futuros do petróleo, que aceleraram as perdas para mais de 2% nesta manhã, ampliando as robustas quedas de mais de 4% da sessão anterior, com preocupações de enfraquecimento de demanda.

Na agenda, a ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed), às 16h, deve favorecer as apostas de uma dose de aperto de 50 pontos-base no juro na próxima reunião de política monetária, em 1º de fevereiro, diante dos riscos inflacionários ainda existentes e do mercado de trabalho apertado – que deve ser confirmado na sexta-feira pelo payroll. Mas hoje ainda será divulgado o Relatório Jolts de novembro.