O dólar já passou a subir ante o real, puxado pela valorização externa, após começar a sessão com baixa moderada, com investidores de olho na ata do Copom sem sinal de corte de juro no curto prazo.

Segundo operadores, a moeda americana avança ante divisas rivais e grande parte das emergentes ligadas a commodities em ambiente de cautela com o setor bancário regional norte-americanos, após um alívio na véspera. Os investidores precificam também o superávit comercial chinês.

As exportações da China apresentaram crescimento de 8,5% em abril ante igual mês do ano passado, após avançarem 14,8% em março. O resultado foi melhor do que o esperado por economistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam alta de 6%. Porém, no confronto anual, as importações chinesas tiveram redução de 7,9% em abril, bem abaixo da alta de 0,5% projetada no levantamento do jornal. Em março, as importações caíram 1,4%, na mesma base de comparação.

Na segunda-feira, 8, o dólar e a curva de juros futuros subiram, acompanhando a valorização externa da divisa dos EUA e dos retornos dos Treasuries e após a confirmação de que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, será indicado diretor de Política Monetária do Banco Central.

Na ata, os diretores do BC avaliaram que os cenários que poderiam requerer a retomada do ciclo de aperto monetário se tornaram menos prováveis. Além disso, os membros do colegiado destacaram que a probabilidade de cenários mais extremos de trajetória da dívida pública se reduziu. Entretanto, apontaram que não houve mudança relevante nas projeções de inflação uma vez que as expectativas não se alteraram de forma significante.

O documento traz ainda que a apresentação do novo arcabouço fiscal reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública e que as expectativas de inflação seguem desancoradas das metas. Além disso, os membros do colegiado destacaram que houve uma “deterioração na margem” nas estimativas.

O economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, avalia que a ata é consistente com a manutenção da taxa Selic estável por um bom tempo e faz provável referência à possibilidade de mudança de meta de inflação. “Certamente não há nenhum sinal de corte de juros para a próxima reunião do Copom. Agosto também não parece estar no radar hoje para cortes, mas vamos ver como evolui o cenário até lá”, diz, em nota.

Às 9h46 desta terça, o dólar à vista subia 0,20%, a R$ 5,0215. O dólar junho ganhava 0,15%, a R$ 5,0430.