31/01/2022 - 10:12
Em dia de fechamento da Ptax de janeiro, o dólar está volátil. Iniciou a sessão desta segunda-feira, 31, em baixa no mercado à vista, sob influência da queda da moeda americana no exterior, mas virou e subia ante o real, diante da alta do contrato futuro de março – mais negociado a partir de hoje – desde os primeiros negócios. Às 9h33, o dólar à vista reduzia a alta a 0,04%, após mínima intradia, a R$ 5,3643 (-0,48%) e, máxima, a R$ 5,3978 (+0,14%).
O mercado de câmbio reflete demanda de investidores comprados em contratos cambiais (defendem a alta dos preços)) em meio à disputa técnica em torno da formação da Ptax de fechamento de mês, após o dólar ter acumulado perdas de 3,33% em janeiro até a última sexta-feira, 28, com ingressos de fluxo estrangeiro e desmonte de posições defensivas.
No exterior, o dólar esta mais fraco, com movimento de realização de ganhos recentes, mas os retornos dos Treasuries sobem em meio expectativas de início da alta de juros nos EUA em março e com tensões geopolíticas e alta do petróleo no radar. O fortalecimento do dólar ante o real bem como a piora das projeções para IPCA e Produto Interno Bruto (PIB) na pesquisa Focus de hoje ajudam a exercer pressão de alta nas taxas curtas de juros também.
Os investidores estão na expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira, e pelo relatório de emprego dos Estados Unidos, o “payroll”, na sexta-feira.
Na Focus, mais cedo hoje, a mediana das estimativas para IPCA de 2022 subiu de 5,15% para 5,38% e para 2023, que é foco do BC, avançou de 3,40% para 3,50%. Já a projeção para do PIB de 2022 subiu de 0,29% para 0,30%, mas a de 2023 cedeu 1,69% para 1,55%
Para o Copom desta semana, o mercado espera aumento de 150 pontos-base da Selic para 10,75% ao ano. O Goldman Sachs diz que a expectativa é que o Copom dê uma sinalização futura de que um aperto adicional está por vir, mas sem indicar explicitamente a magnitude do próximo movimento da taxa. “Isso provavelmente seria interpretado como deixando a porta aberta para uma alta mais branda da Selic em março”, afirma o analista Alberto Ramos,
O Barclays avalia que há espaço para que o colegiado sinalize uma redução do ritmo de aperto em março, apesar dos últimos dados de inflação. O UBS acredita que “o Copom provavelmente vai apontar a inflação corrente e as expectativas deterioradas como as principais razões pelas quais a sua projeção de IPCA continuará acima da meta oficial, daí a necessidade de uma taxa de juros mais restritiva”.
Nos próximos dias, são esperados também o IPC-S de janeiro e a balança comercial mensal, na terça-feira; o IPC-Fipe de janeiro e os dados da produção industrial de dezembro, na quarta-feira.
Às 9h33 desta segunda-feira, o dólar futuro para março subia 0,39%, a R$ 5,4265.