25/08/2022 - 17:53
O dólar terminou a quinta-feira, 25, praticamente estável, com o mercado em compasso de espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira, 26. Do aguardado discurso os investidores querem extrair pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária na sua política de juros.
Em meio à expectativa, operadores informaram que movimentos do comércio exterior acabaram por exercer maior influência sobre as cotações, o que justificaria a instabilidade vista desde o período da manhã.
No fechamento do dia, o dólar à vista ficou em R$ 5,1121, com ganho de 0,02%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em setembro recuava 0,11% às 17h19, aos R$ 5,1185. Já o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, apresentava baixa de 0,25%.
Na mínima do dia, registrada pela manhã, o “spot” chegou aos R$ 5,0869 (-0,48%). Na máxima, também no período matutino, bateu R$ 5,1429 (+0,62%). Segundo operadores, essa faixa de oscilação é formada pela atratividade do dólar quando a cotação cai abaixo de R$ 5,10 e o acionamento das ordens de venda quando a divisa supera os R$ 5,12.
Segundo Elson Gusmão, analista de câmbio da Ourominas, compras realizadas por importadores contribuíram para a maior pressão no período da tarde, mas ocorreram de maneira pontual. “O que predominou foi mesmo a expectativa em torno do simpósio de Jackson Hole, uma vez que amanhã a fala de Jerome Powell deverá mexer com os mercados”, afirma.
Para Ideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, o clima de cautela não se restringe apenas ao discurso de Powell, mas também por conta de diversos drivers potenciais que estão presentes no cenário.
“Provavelmente o discurso do presidente do Fed não vai trazer as respostas que o mercado espera. Ainda há muitos dados econômicos a serem divulgados até a reunião de política monetária em setembro”, disse o profissional.
Pela manhã, os destaques ficaram com indicadores da economia norte-americana. A segunda revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA mostrou contração a ritmo anualizado de 0,6% no segundo trimestre, pior que a previsão dos analistas (-0,5%), mas melhor que o encolhimento de 0,9% na primeira prévia do indicador. A inflação medida pelo PCE foi revisada para cima, à taxa anualizada de 7,1% no segundo trimestre e o núcleo avançou a 4,4% na mesma base comparativa.