O dólar segue a cautela vista no exterior na abertura da sessão de negócios nesta terça-feira, 10. Às 9h07, no segmento à vista tinha alta de 0,14%, a R$ 5,2654, já tendo batido máxima a R$ 5,2769. Na véspera, muito embora tenha perdido força após resposta firme dos Três Poderes ante atos antidemocráticos no domingo, dia 8, a busca por hedges fez a divisa encerrar o dia em alta de 0,40%, a R$ 5,2575 no segmento à vista na contramão da melhora na bolsa e na renda fixa. “O ambiente externo desfavorável pode impactar nos mercados locais”, indicam os analistas da LCA.

No exterior, há instantes, o índice DXY que mede a variação do dólar frente a seis moedas fortes, oscilava em alta de 0,20%, aos 103,214 pontos. No entanto, diante de divisas de países emergentes a dos Estados Unidos tinha comportamento divergente, recuando frente ao peso mexicano e avançando sobre a lira turca.

Os investidores aguardam hoje as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, procurando alterações na visão sobre o ciclo de juros após dados fracos da última sexta-feira.

“O comentário das autoridades do Fed no início da semana foi mais hawkish do que o que os investidores queriam ouvir após o relatório de empregos. Considerando a retórica nas semanas que antecederam a sexta-feira, não deveria ser uma grande surpresa que os formuladores de políticas estejam aderindo à narrativa ‘mais alto por mais tempo'”, ressalta Craig Erlam, analista sênior de mercado da OANDA, em relatório.

No Brasil, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,62%, ante um avanço de 0,41% em novembro, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um avanço desde 0,36% a 0,61%, com mediana positiva de 0,45%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 5,79%, também acima das projeções dos analistas, que iam de 5,51% a 5,77%, com mediana de 5,60%.

No plano federal, a Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira, de forma simbólica, o decreto de intervenção na segurança do Distrito Federal editado no domingo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida foi adotada após golpistas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). O texto segue agora para análise do Senado, o que deve ocorrer hoje.