O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares, recuou nesta segunda-feira, 12, ainda que rondando a estabilidade, na véspera da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março nos Estados Unidos. A divisa americana iniciou a sessão em alta, mas o fôlego foi curto. Apesar do avanço nos juros dos Treasuries hoje, movimento que tem favorecido a moeda recentemente, o que prevaleceu foi a força da libra, em meio à reabertura econômica no Reino Unido.

Perto do horário de fechamento em Nova York, o dólar caía a 109,43 ienes, o euro subia a US$ 1,1909 e a libra tinha ganho a US$ 1,3743. O DXY, por sua vez, registrou perda de 0,03%, a 92,138 pontos.

“O dólar está sob pressão à medida que uma semana agitada para os EUA começa”, escreveram analistas do Brown Brothers Harriman, um banco de investimentos americano, no começo do pregão. Além da inflação, dados de confiança do consumidor e a temporada de balanços movimentarão os mercados nos próximos dias. O BBH avalia, contudo, que o dólar deve retomar a alta, já que a expectativa é de que os indicadores macroeconômicos dos EUA mostrem uma recuperação econômica “forte”.

A mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast aponta para um avanço de 0,5% do CPI americano em março, na comparação mensal. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a inflação deve dar um salto, a 2,5%. Os analistas afirmam, porém, que isso se deve, principalmente, a fatores estatísticos. Em março do ano passado, quando a pandemia começou a acelerar, os EUA decretaram lockdown, o que fez os preços despencarem. “Para o dólar sair de sua depressão relativa, ajudaria se os dados fossem consistentes com uma economia começando a crescer”, afirma o analista sênior de mercado Joe Manimbo, da Western Union.

Recentemente, o aumento das expectativas de inflação levou parte do mercado a prever um aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ainda este ano. Essa precificação levou ao avanço dos juros de longo prazo e fortaleceu o dólar. No entanto, em entrevista hoje, o presidente da regional de St. Louis do Fed, James Bullard, afirmou que ainda é cedo para falar em mudanças na política monetária.

Com a falta de fôlego do dólar, a libra ganhou terreno. A moeda britânica foi beneficiada pelo avanço da reabertura econômica no Reino Unido, onde a vacinação contra a covid-19 tem acelerado. Hoje, foram reabertos os restaurantes, pubs, academias e salões de beleza britânicos. Dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Silvana Tenreyro defendeu a política monetária acomodatícia e disse ver fatores temporários na alta recente da inflação.

Em relação a moedas de países emergentes e ligados a commodities, o dólar recuava a 77,347 rublos russos e a 20,1573 pesos mexicanos, perto do horário de fechamento em NY, mas subia a 92,6007 pesos argentinos.