02/02/2022 - 11:57
Após virar no período da manhã, o dólar registrou nova máxima, a R$ 5,2985 no mercado à vista há pouco. A economista-chefe da CM Capital Markets, Carla Argenta, atribui o ajuste à frustração dos investidores com a destruição de empregos no setor privado americano, que ajuda na desaceleração da queda da moeda norte-americana ante pares principais e divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior.
O setor privado dos Estados Unidos eliminou 301 mil empregos em janeiro, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada nesta quarta-feira, 2, pela ADP. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam geração de 200 mil postos de trabalho no último mês. Trata-se do primeiro corte de vagas desde dezembro de 2020.
O dado anterior da ADP foi revisado para baixo também, contribuindo para o fortalecimento do dólar ante o real, afirma. Há falta de mão de obra para preenchimento de vagas nos EUA e a tendência é de aumento de salários, que deve manter a inflação resistente no país, por isso, é possível que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) seja mais hawkish no ciclo de aperto de juros, que deve começar em março, induzindo investidores a buscarem ativos mais seguros, avalia a economista.
O mercado deve estar considerando também o forte PIB dos EUA e balanços positivos de empresas americanas, que se sobrepõem ao ADP bem pior que o esperado. Nesse contexto, Argenta afirma que os investidores ajustaram posições compradas, após a queda acumulada de cerca de 3% pelo dólar ante o real nas últimas quatro sessões.
Mais cedo, a economista viu o mercado local caindo com sinais de fluxo para mercados emergentes em meio à fraqueza global da divisa americana.