O dólar chegou a reduzir um pouco a queda intradia, cotado a R$ 4,9586 (-0,97%) no mercado à vista, ante mínima a R$ 4,9455 (-1,23%) logo após o índice CPI dos Estados Unidos, mas continuou a sustentar na sequência uma variação negativa de mais de 1%. O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrízio Velloni, afirma que o CPI dos EUA provoca desvalorização global do dólar ao diminuir apostas de alta de 25 pontos-base dos juros norte-americanos em maio, embora ainda sejam maioria no CME Group.

“O CPI abaixo do esperado na margem e anual e com núcleos em linha com as previsões se soma à desaceleração do payroll e à queda nos pedidos semanais de seguro-desemprego no País para traçar tendência de baixa à economia americana, exigindo menor esforço do Fed na alta de juros para combater a inflação”, avaliou o economista-chefe.

Além disso, ele disse que a inflação piora o poder aquisitivo do americano e os problemas recentes no setor bancário e na construção civil no país aumentam os apelos para que o Fed abrande o processo de aperto de juros em curto.

No Brasil, os preços no setor de serviços seguem pressionados por demanda reprimida e o Copom deve monitorar esse cenário para apontar tendência de início de corte da Selic a partir de junho, acredita Velloni.

Para ele, ainda há incertezas fiscais e sobre a tramitação do arcabouço fiscal e da reforma tributária no Congresso. “Como o juro real interno se mantém atrativo com a taxa Selic em 13,75% ao ano, o fluxo de capital estrangeiro segue positivo para a B3 e a renda fixa local em meio ao apetite por risco no exterior e pode melhorar com a abertura da B3”, acrescentou.

Às 10h28, o dólar para maio cedia 1,08%, a R$ 4,97.