O dólar opera com alta no mercado à vista, com uma realização modesta após perdas 2,46% nas últimas cinco sessões. O mercado de câmbio se ajusta à valorização externa do dólar ante algumas moedas emergentes ligadas a commodities após dados de atividade na China abaixo do esperado em abril e com investidores atentos à entrevista do relator do arcabouço fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA), para apresentar detalhes do seu relatório final.

Há pouco, o dólar à vista renovou máxima aos R$ 4,9146 (+0,54%). A correção acompanhou em parte o fortalecimento da moeda americana frente a pares rivais, após o crescimento de 0,4% das vendas no varejo dos Estados Unidos em abril ante março, abaixo da alta de 0,8% esperada por analistas ouvidos pelo FacSet. Porém, o índice DXY do dólar voltava a exibir viés de baixa, mas o dólar computa ainda ganhos frente várias divisas emergentes pares do real.

Cajado confirmou mais cedo que a votação da urgência do arcabouço será amanhã, e a votação do mérito da proposta de arcabouço será na quarta-feira da próxima semana, dia 24. “Fizemos questão de incluir relação dívida/PIB na regra e foram excluídas do teto apenas 1% das despesas do governo federal”, afirmou. Segundo o relator, a lógica de manter despesas dentro do teto é de proteção, como Fundeb e enfermagem.

Os dados de serviços do país em março, acima do esperado pelo mercado na margem e na comparação anual, e a nova estratégia comercial da Petrobras para definição de preços de diesel e gasolina estão sendo avaliados também pelos investidores.

O volume de serviços prestados subiu 0,9% em março ante fevereiro, acima da mediana de 0,4% do mercado, e avançou 6,3% em março ante março do ano passado, ficando acima do teto das projeções dos economistas.

Mais cedo, a Petrobras informou que a sua Diretoria Executiva aprovou ontem a estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina da estatal, em substituição à política de preço de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias. A nova estratégia usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras.

Segundo a Petrobras, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se reúnem na manhã desta terça-feira, 16, às 10 horas, para discutir a estratégia comercial da companhia. Os dois também devem discutir os 100 primeiros dias da atual gestão.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,60% na segunda quadrissemana de maio, após alta de 0,61% na primeira leitura do mês, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumula variação positiva de 3,54%, ante 3,55% na primeira quadrissemana.

Às 9h59, o dólar à vista subia 0,52%, a R$ 4,9061. O dólar futuro de junho avançava 0,35%, a R$ 4,9270.