17/01/2018 - 13:44
A grande campeã
Para o veterinário argentino Ariel Maffi, vice-presidente de Ruminantes da DSM Tortuga no Brasil, expressar-se em português é sempre um desafio. Embora resida no País há 13 anos, durante 11 anos, a sua região de trabalho na holandesa DSM era a América Latina. “Além de viajar muito, a equipe, de maioria brasileira, queria que eu falasse espanhol para que praticassem o idioma”, diz Maffi. “Agora que fico o tempo todo no Brasil, sou eu que preciso praticar o português.” Falar tem sido um desafio para o executivo porque a pecuária, setor no qual a DSM Tortuga é uma das líderes de mercado, requer relacionamentos estreitos e muita comunicação. E nisso a Tortuga, empresa fundada pelo imigrante italiano Fabiano Fabiani em 1954, e comprada em 2013 pela DSM, por US$ 576 milhões, sempre foi craque. No setor da pecuária, os profissionais da empresa são chamados de Tortugueiros e nunca quiseram se desfazer dessa identidade. “Obviamente, incorporamos o mundo de uma DSM, mas o espírito Tortugueiro queremos manter”, diz Maffi. “Somos uma empresa de inovação, trazendo cultura corporativa a uma empresa familiar.” Pelo trabalho de fusão de duas culturas corporativas distintas, que vem sendo realizada de forma impecável, a DSM Tortuga é a Empresa do Ano no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2017. Além disso, ela foi a campeã em Agronegócio Indireto – Grandes Empresas e também ficou com a Melhor Gestão Corporativa na mesma categoria.
No ano passado, a receita da DSM Tortuga foi de R$ 1,8 bilhão. Na moeda mãe, a DSM, uma gigante mundial, faturou no último período € 7,92 bilhões com ingredientes para as indústrias de alimentos, de rações, farmacêuticas e de cuidados pessoais. Na América Latina, a DSM Tortuga está em todos os países oferecendo soluções nutricionais para gado de corte e de leite. Possui 13 fábricas, um centro de pesquisa e uma política afinada para uma equipe de 800 pessoas, das quais 550 são profissionais das ciências agrárias. Entre eles estão veterinários, zootecnistas e agrônomos. A DSM Tortuga se tornou grande porque a pecuária brasileira é hoje um setor gigante, com cerca de 200 milhões de bovinos. “A pecuária vem se modernizando, e a suplementação estratégica, setor no qual atuamos, tem apresentado uma forte expansão nos últimos anos”, diz Maffi. “E vai crescer ainda mais. De acordo com um estudo do Rabobank, hoje 28% do rebanho recebe suplementação estratégica, mas em uma década serão 45%.”
Para dar conta desse mundo da informação, a DSM Tortuga possui no País uma equipe de 20 profissionais apenas para o marketing. Neste ano, a empresa está promovendo 1,1 mil eventos para levar informação ao campo e fazer extensão rural, ou seja, consultoria técnica. “Também temos um site, redes sociais e uma revista publicada há 63 anos, com 45 mil exemplares”, diz Sabella. “Hoje, o pecuarista busca um sistema integrado de genética, pastagem e suplementação. E quer mais e mais informações para tomar decisões.” Esses eventos podem ser dias de campo, palestras, simpósios, exposições agropecuárias, mesas redondas ou ações específicas, como o Encontro de Cria, o DSM Confinamento ou o Programa Qualidade do Leite Começa Aqui. Por exemplo, neste ano já aconteceram 11 eventos sobre cria para cerca de dois mil pecuaristas. Sobre confinamento foram 14 simpósios e 10 dias de campo para análise de tecnologias. Do programa de leite participam 7,5 mil propriedades que têm suas produções avaliada por pesquisadores da Esalq/USP. Neste ano foram avaliadas 500 mil vacas leiteiras, em relação à proteína do leite, gordura e células somáticas. “Nós somos hoje a maior empresa de extensão rural do Brasil”, diz Maffi. “E extensão é levar informação até a fazenda, para que ela aumente a sua produtividade.” Para dar conta dessa difusão de conhecimento, 70 profissionais, entre veterinários, agrônomos e zootecnistas, são intensamente treinados. Em 2016, foram dedicados dois meses a essa ação. Não por acaso, os produtos da DSM Tortuga mineralizam, por mês, dois milhões de vacas leiteiras, equivalente a 10% do rebanho do País. No confinamento, 1,7 milhão de animais recebem algum tipo de suplemento da marca. Isso equivale a mais da metade dos animais no sistema.
Além dos eventos para produtores, há dois anos a empresa passou a realizar um encontro para consultores independentes. E já se tornou o maior para capacitação desse tipo de profissional. O próximo acontece em fevereiro, em Campinas (SP), para 300 pessoas. A ideia foi de Maffi. “Quando comecei a trabalhar na DSM Tortuga, me chamou a atenção a distância entre a nossa equipe e esses profissionais. Nas fazendas havia um tipo de competição com os consultores independentes.” Nos últimos anos foram lançados no mercado diferentes moléculas de ingredientes e esses consultores têm ajudado a DSM Tortuga em sua difusão. Em 2015, por exemplo, foi para o mercado a primeira enzima para ajudar os animais a digerirem melhor o milho, o principal e mais caro ingrediente de uma ração. Neste ano, a empresa lançou o primeiro eubiótico, um blend de óleos que substitui os promotores de crescimento. “A Tortuga sempre foi uma empresa de pioneirismo”, diz Maffi. “A DSM veio para dar mais velocidade e força a ele e é assim que pretendemos caminhar”.