O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, divulgou nesta segunda-feira o relatório anual de perspectivas econômicas enviado ao Comitê de Tesouro do Parlamento. No documento, o dirigente prevê que a economia britânica seguirá se recuperando de forma acentuada ao longo do ano, mas que o crescimento deve desacelerar a partir de 2022.

Bailey ressaltou que ainda há incertezas decorrentes da pandemia, embora os riscos estejam “mais equilibrados” que no passado recente. “O impacto das restrições sobre a atividade parece ter diminuído ao longo do tempo, como famílias e empresas se adaptando ambiente”, explicou.

O dirigente disse ainda que as empresas estão se adaptando ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, e que ainda é cedo para concluir se esse processo está ocorrendo da maneira como prevista.

Inflação

No relatório, o presidente do Banco da Inglaterra afirmou que a inflação no Reino Unido deve ficar acima de 2% por algum tempo este ano, por conta de fatores transitórios, notadamente desdobramentos em preços de energia.

“O MPC Comitê de Política Monetária segue julgando que expectativas de inflação permanecer bem ancorado”, destacou o dirigente, que caracteriza os riscos nesse área como “equilibrados”.

Juros negativos

Bailey também comentou a iniciativa do BoE de pedir ao sistema bancária que se prepare para uma eventual adoção de juros negativos. Segundo ele, a recomendação não deve ser encarada como uma garantia de que o instrumento será adotado.

“O MPC considera que pode haver circunstâncias no futuro onde possa ser necessário o uso de juros negativos. Estas não são circunstâncias que esperamos que aconteçam, mas é apropriado que empreendamos preparações sensatas”, disse ele.

Em seu relatório, o dirigente Michael Saunders afirmou que o BoE não deve apertar a política monetária enquanto não houver evidências de diminuição da capacidade ociosa.