A americana Elanco Saúde Animal acaba de anunciar sua total independência da ex-controladora, a também farmacêutica do mesmo país Eli Lilly. O processo começou em setembro do ano passado, com a abertura de capital da Elanco na Bolsa de Valores de Nova York. Com faturamento de US$ 3,1 bilhões em 2018, a companhia é a quarta maior do mundo no segmento de saúde animal, atrás das americanas Zoetis e Merck e da alemã Boehringer Ingelheim.

A ideia do grupo é ser cada vez mais internacional, investindo em frentes além do mercado norte-americano. No planeta, o mercado farmacêutico animal é estimado em US$ 26 bilhões, com potencial de chegar a US$ 45,5 bilhões até 2050. O setor deve ser puxado por um forte crescimento industrial, baseado no aumento da demanda por carnes, leite e ovos.

FINANCIAMENTO
Mais crédito sul-matogrossense

Istock

O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) deve liberar R$ 481,5 milhões para o desenvolvimento de projetos no setor agropecuário em Mato Grosso do Sul. Entre eles, estão construções de unidades de armazenagem de grãos, aquisições de máquinas e equipamentos agrícolas e o financiamento de lavouras. Até o mês de março, 145 projetos já tinham sido aprovados e outros 339 estavam em fase final de aprovação. Ao Estado foram reservados R$ 2,26 bilhões no FCO de 2018, sendo metade para o FCO Rural e a outra metade para o FCO Empresarial, que contempla apenas projetos na área urbana.

GESTÃO

“Estamos fazendo pequenas coisas que geram grandes resultados. A gente vem trabalhando diuturnamente, mudando, modernizando regras e acabando com coisas que estão muito antigas e defasadas” Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Crédito:Wenderson Araujo)

TROPEÇO
O desfalque de derivativos da BR

Divulgação

A brasileira BRF, que no ano passado faturou R$ 34,5 bilhões, perdeu cerca de R$ 200 milhões em derivativos, após apostar na recuperação de valor de suas ações. Em setembro de 2017, a companhia fez uma operação chamada “total return swap” com o Bradesco, onde vendia pelo valor de R$ 42,02 ações compradas anos antes por R$ 53,60. Naquela época, seus papéis valiam
R$ 41,49. O contrato firmado pelo ex-CEO, Pedro Faria, previa o pagamento de 110% sobre o capital emprestado pelo banco, em troca da diferença positiva da variação do preço de suas ações.

A recuperação seria possível se as ações voltassem à casa dos R$ 50. Porém, os papéis da empresa estão cotados a cerca de R$ 22. O dinheiro perdido é o dobro do que a BRF arrecadou com a venda da fábrica de hambúrguer em Várzea Grande (MT), para
a Marfrig, em janeiro.

AQUISIÇÃO
ADM vai às compras

A agrícola americana Archer Daniels Midland (ADM), empresa que fatura no mundo US$ 64,3 bilhões, anunciou
a compra da alemã Ziegler Group, importante fabricante europeia de sabores e essências baseadas em frutas cítricas naturais. O valor não foi revelado e a transação deve ser concluída no segundo trimestre deste ano. O anúncio da aquisição aconteceu um mês após a ADM comprar a Florida Chemical, unidade de cítricos da Flotek Industries, por US$ 175 milhões. A combinação das duas empresas posicionará a ADM como líder global em ingredientes cítricos naturais.

SINISTRO
Safra de perdas milionárias

Quase R$ 1 bilhão. Esse é o valor previsto pelas seguradoras do País para o pagamento de sinistros do seguro rural, relativos à safra de verão 2018/2019. As indenizações são de perdas por seca nas lavouras de soja, principalmente nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Também foram registradas perdas na Bahia, no Rio Grande do Sul e em São Paulo, mas em menor volume. Em terras gaúchas, a cultura do arroz foi a mais prejudicada e já contabilizava, em meados de março, cerca de R$ 60 milhões em sinistros, segundo dados do governo federal.

EXPANSÃO
Sob controle indireto da Marfrig

Walter Rawlings

 

Com um investimento de US$ 16,5 milhões (cerca de R$ 63 milhões) em março, a Marfrig Global Foods assumiu, indiretamente, o controle do Iowa Premium, frigorífico americano que fatura cerca de US$ 700 milhões por ano. A compra foi feita pela companhia americana de carne bovina National Beef, que investiu um total de US$ 150 milhões. Desde o ano passado, a Marfrig detém 51% de participação na National. O negócio deve significar um acréscimo de quase R$ 2,7 bilhões à receita líquida de R$ 40 bilhões do grupo brasileiro.

Análise do Mês
Índia vai ditar os preços no mercado 168de açúcar na safra 2019/2020?

Apesar de registrar uma recuperação dos preços no início de março, o mercado global de açúcar tende a se manter na defensiva no curto prazo, ao passo que ainda segue digerindo as perspectivas de maior oferta da commodity na Índia para a safra 2018/2019. A produção de açúcar nos principais players indianos, Uttar Pradesh e Maharashtra, provavelmente será maior do que o inicialmente projetado, atingindo, respectivamente, 11,5 milhões de toneladas e 10,1 milhões de toneladas, em 2018/2019, ante 11,3 milhões de toneladas e 9,5 milhões de toneladas previstas anteriormente.

De maneira geral, a Datagro elevou sua estimativa de produção de açúcar na Índia na safra 2018/2019, de 30,5 milhões de toneladas para 31,62 milhões de toneladas. Como resultado, espera-se que os estoques finais alcancem a marca recorde de 14,05 milhões de toneladas, em 30 de setembro deste ano, mesmo com os esforços do governo local em subsidiar as exportações do produto. Com o excedente em mãos, nada impedirá que a Índia continue concedendo novos subsídios ao setor, a fim de enxugar parte dos estoques domésticos já em 2019/2020. A menos que uma condição climática desfavorável mude este cenário no curto prazo.