Futuro: Odilon já visualiza o sucesso das filhas do garanhão Tux N’Rolls, que estarão nas pistas em 2011

Aos 59 anos, o empresário Odilon Diniz se define como “um homem de sorte”. O motivo, em sua opinião, vem do fato de ter conseguido unir uma paixão a um lucrativo negócio. Executivo de carreira, trabalhou em empresas como Alcoa e Rochedo e chegou ao topo da multinacional Shell. Mas o que Diniz queria mesmo era aliar a sua experiência no mundo dos negócios ao prazer da vida no campo. Por isso, ele pediu demissão do trabalho, montou um negócio e comprou um cavalo. As cavalgadas que começaram por brincadeira ganharam fôlego e onde aconteciam as galopadas matutinas hoje funciona o Haras B2B, numa fazenda em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. “Comprei um cavalo para passear, gostei e não parei de investir”, conta.

Dono da marca de cosméticos Vizcaya, que fatura R$ 50 milhões ao ano, Diniz passou a investir em cavalos da raça quarto de milha. Com um estilo de vida mais saudável, ao lado da esposa, Izabel Diniz, começou a participar de provas de tambor e baliza.

Infraestrutura: voltada para o treinamento dos cavalos. Todos os produtos possuem a “marca” do haras, explorada comercialmente

Aos poucos, a brincadeira virou negócio e os dois passaram a investir pesado em genética, inclusive com animais de linhagem de corrida, considerada a mais lucrativa desse concorrido mercado. Um dos principais investimentos do casal em genética veio em 2007 com a importação do garanhão Tux N’Rolls, filho do cavalo norte-americano First Down Dash, cujos filhos já renderam mais de US$ 62 milhões. Em sua estreia no Brasil, Tux teve 112 coberturas comercializadas a R$ 5 mil cada uma, número que aumentou para 150 em 2009 e gerou em duas temporadas algo em torno de R$ 1,3 milhão. “Tux é nossa maior aposta genética”, conta Diniz.

Izabel Diniz: Companheira nos negócios e competidora nas pistas

Em suas cocheiras, ele mantém cerca de uma centena de animais, com um gasto médio de R$ 1 mil/mês cada um. Além das coberturas de seu principal garanhão, que já zeram os custos do haras, ele ainda promove um leilão anual e a venda de cavalos “prontos” para competições equestres. Tanto Odilon quanto Izabel participam de provas de rédeas, tambor e baliza, só que, na soma dos prêmios, ela está na frente. “Mas mesmo assim eu sou a sua maior incentivadora”, brinca a esposa.

Hoje, os planos do casal estão voltados para duas frentes: incrementar a fazenda e fazer a marca crescer no mercado. “Estamos construindo uma nova sede, visto que já fizemos todas as alterações estruturais de que necessitávamos na fazenda”, completa Odilon. Agora, eles pretendem investir em novas frentes para promover os seus produtos e atrair alguns sócios de peso. Um deles é Rodrigo Gontijo, criador de Minas Gerais que em 2008 vendeu uma mineradora para a Vale por US$ 250 milhões.

O casal acredita que está no caminho certo e que a criação desses animais tem tudo para disparar nos próximos anos. Um dos motivos é a possibilidade de a modalidade Rédeas se tornar olímpica já em 2012. “Se isso acontecer, será muito bom para os criadores”, explica o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Quarto de Milha (ABQM).

A estratégia do B2B é tentar transformar sua marca numa espécie de grife do cavalo. Em dezembro do ano passado a potranca KR The Black Pearls faturou o prêmio de US$ 50 mil ao vencer o Champion of Champions, uma das principais provas de Três Tambores dos EUA para cavalos estreantes, conquista inédita para o Brasil.

Para tanto, o investimento foi pesado e contou com treinadores americanos e toda a infraestrutura de manutenção do animal fora do País. “Mas valeu a pena”, destaca Izabel. “Tudo o que fazemos dentro da fazenda leva a nossa marca”, explica o empresário. “Agora é esperar que o mercado também queira uma parte do nosso trabalho”, brinca.