Paulo Farha: é preciso desburocratizar o trabalho da associação

Aos 44 anos, o criador paulista de cavalos da raça quarto-demilha, Paulo César Rebeis Farha, acaba de assumir um compromisso e tanto.

Ele é o novo presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto-de-Milha (ABQM). Hoje, a entidade é a maior agremiação equestre do País, com 13.085 associados e 342.739 animais registrados.

Em 2009, só os leilões movimentaram R$ 109 milhões, um crescimento de 12,4% ante 2008. Em número de animais, os remates somaram 3.942, 8,6% a mais que no período anterior. Mas, mesmo diante de números robustos, segundo Farha, há muita pedra a ser quebrada. Entre as missões para o próximo biênio ele terá de aproximar a associação da American Quarter Horse Association, a matriz “quartista” nos Estados Unidos (EUA), que possui cinco milhões de cavalos registrados, a fim de “modernizar” os procedimentos nacionais.

Caberá a ele, também, estabelecer um novo circuito de leilões oficiais, para que pequenos haras possam vender seus cavalos. “O criador é o nosso cliente e temos de prestar serviço para que ele faça melhores negócios”, diz. Alguns proprietários de animais aguardam ansiosos pelas novidades e Beny Rosset, presidente do Jockey Club de Sorocaba é um deles.

Por ano, os turfes quartistas dão mais de R$ 3 milhões em prêmios, na maior bolsa da América do Sul. “Esperamos que a associação possa ser também um meio de incentivo desse intercâmbio”, afirma, se referindo às vendas de animais de linhagem de corrida para outras modalidades.

Para fortalecer ainda mais esse mercado, uma das primeiras medidas foi solicitar à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), à Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA/USP) e Fundação Getulio Vargas (FGV), dados e informações para o desenvolvimento de uma pesquisa sobre o Impacto Social e Econômico da Raça Quarto-de-Milha no Brasil. Para Farha, “essa pesquisa é fundamental, porque ninguém sabe a dimensão exata da raça no País e a força que ela tem. Conhecer melhor esses dados é importante para que possamos buscar as soluções dos problemas e parcerias com as grandes empresas ligadas ao agronegócio”.

Modalidades: o comércio de animais será intensificado

3.942 cavalos foram vendidos em 2009, um crescimentode 8,6% na comercialização