O diretor da BM&FBovespa, Ivan Wedekin, assume o comando da Bolsa Brasileira de Mercadorias, com a missão de aumentar a participação do agronegócio na entidade

 

Ivan Wedekin: reformulação da Bolsa Brasileira de Mercadorias de olho na clientela rural

O economista Ivan Wedekin já é um nome conhecido no meio agrícola por sua atividade na área de comercialização dos produtos rurais. Uma bagagem adquirida nos anos em que atuou como secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e reforçada pelo seu trabalho como diretor de Commodities da BM&FBovespa. Agora ele terá pela frente um novo desafio. Recém-empossado diretorgeral da Bolsa Brasileira de Mercadorias, ele comandará a reformulação das atividades da entidade, com a missão de reforçar a presença do agronegócio na instituição. Para tanto, Wedekin, que irá acumular o novo cargo com a função que já exercia na BM&FBovespa, prepara um conjunto de medidas e novos serviços para atrair o público rural que ainda não aderiu de vez ao sistema de negociação em bolsa. “As atividades da bolsa sempre foram focadas no agro e vamos ampliar isso”, afirma. Criada há oito anos, a bolsa registra um faturamento médio de R$ 8 milhões por ano, 95% oriundos das negociações de produtos agrícolas. “O problema é que o produtor ainda prefere optar pelos canais tradicionais de venda”, pondera

Um dos primeiros serviços a ser lançado será o Sistema de Registro de Informações do Agronegócio (Iagro), um instrumento complementar à gestão de risco de crédito para as empresas agrícolas. Nesse modelo, criado a pedido das empresas de defensivos, as companhias que vendem insumos e maquinários poderão registrar suas vendas para produtores e cooperativas, formatando assim um banco de dados com as informações relativas ao nível de endividamento. “Os produtores também poderão usufruir do sistema, mostrando que suas compras estão dentro de suas capacidades operacionais e negociando preços e prazos melhores”, ressalta.

Outro ponto que Wedekin quer fazer crescer é o serviço de dados para culturas. O primeiro a ser lançado é o serviço de informações de negócio do algodão, que pretende criar um amplo controle de dados sobre a comercialização da pluma. “Quanto melhor a informação disponível, melhor será a tomada de decisão do produtor. ”, diz Wedekin, que também pretende turbinar o recém-lançado sistema de negociação eletrônica de gado bovino no mercado físico, que até agora não deslanchou. “Desde abril foram comercializados 620 animais, com movimento de R$ 850 mil. Um volume baixo, mas que tem potencial para crescer”, finaliza.